#fase de investimentos
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Da taxa de desconto na modelagem econômico-financeira
A definição da taxa de desconto pelo custo médio ponderado de capital nas modelagens traz discussões adicionais àquelas naturais do método de construção do WACC. Dois dos mais importantes são o regime de tributação sobre a renda e a variação na estrutura de capital da empresa, que se apresenta na forma de Sociedade de Propósito Específico tanto para project finance quanto para parcerias…
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Construção de Shopping Centers: Planejamento, Etapas e Desafios
A construção de shopping centers é um empreendimento grandioso que requer planejamento detalhado, equipes multidisciplinares e recursos consideráveis. Esses complexos comerciais desempenham um papel fundamental no desenvolvimento econômico das regiões onde são implementados, oferecendo espaços para comércio, lazer e socialização. Neste artigo, exploraremos todos os aspectos da construção de…
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Ela quer, Ela adora
capítulo V tudo que é meu, tu pode ver, tá na responsa dela e todo mundo tá ligado que ela é minha de fé
notas: eu sou romântica demais pra escrever um cafajeste. nem acredito que escrevi esse ícone outra vez! espero que gostem. <3 masterlist
Quase um ano depois do primeiro, o segundo grande lançamento do MC Junin estava em fase final de produção, desta vez um álbum de verdade, não somente um EP. O sucesso veio para ficar, o que é quase assustador. A conta bancária de Jun nunca tinha visto dinheiro assim, precisou contratar um especialista em investimento porque o medo de perder tudo era grande. Ele suava frio com a ideia de não poder ter mais a vida que conquistou.
Enquanto dirigia a BMW blindada até Bangu, num dia raríssimo de folga, Junin ouvia as próprias faixas novas com um sorriso orgulhoso no rosto. Colocou pra foder nessas. Ao estacionar na frente de sua casa, ele deixa o banco do motorista com o peito estufado, cheio de coragem. Precisaria.
A verdade é que desde que o universo Junin virou de cabeça para baixo, o seu mundo também o fez, inevitavelmente. E sabe o que mais machuca? A saudade, a falta de atenção, o tempo separados por causa dos compromissos dele. O sofrimento que vive é todo guardado dentro do seu coração, nunca teve forças de reclamar com o namorado porque o brilho nos olhos castanhos de estar vivendo um sonho te impedia. Obviamente está feliz por ele, mas talvez não pertençam mais um ao outro.
Quando Renjun anunciou que te visitaria hoje, logo pensou no pior. Chorou durante boa parte da madrugada pensando que seria o dia do término e não pôde evitar se culpar por ter dado a oportunidade de boa vida quando investiu na gravação do single, pois agora seria deixada de lado.
— Minha metida! — ele exclama e te abraça sem perder nenhum segundo, a saudade gritando no próprio peito. Não reparou na carinha triste estampando suas feições. — Que saudade, minha princesa.
As ações do garoto eram cruéis. Se ele quer terminar, que não te iluda, pelo menos.
— Cadê minha sogra? — entrelaçando os dedos nos seus, ele te puxa pelo quintal e se esparrama no sofá da sala que ele já havia visitado milhões de vezes, mas que não o via há meses.
— Ela saiu com as crianças hoje. — você se senta na mesinha de centro com o semblante firme, de frente para o futuro ex-namorado.
— Que houve, vida? — preocupado, inclina o tronco na sua direção e procura seu olhar com o próprio. — Tá tudo bem? Eu fiz alguma coisa?
Sem conseguir conter, deixa um pouco de ar escapar pelo nariz numa risada debochada fraca.
— Não, Junin. — o vulgo quase sempre era péssimo sinal. — Você não fez nada.
— Olha, amor, eu vim aqui conversar algo sério com você.
Na mesma hora o coração sensível provoca ardência nos seus olhos, porém você respira fundo, sem jamais corresponder aos olhos do MC.
— Pode falar.
Como sua mente é traíra, algumas memórias vieram à tona. As primeiras vezes, o dia em que foram pegos pela sua mãe e ela defendeu Junin e quase te bateu na frente dele, também quando brigaram feio no início e ele implorou perdão por três dias seguidos na porta do seu trabalho, e a memória mais bonita que tinha: o dia em que fora apresentada ao bem mais precioso da vida de Jun.
Já havia dias que sua ansiedade não lhe deixava em paz. Junin cismou que já era hora de você conhecer sua avó, a mulher que o criou enquanto sua mãe voltou à China à procura de explicações sobre o próprio pai. Em frente ao portão de grade, a tremedeira ataca novamente.
— E se ela não gostar de mim?
Renjun ri, depositando um selinho nos seus lábios. Queria parecer tranquilo, mas estava tão nervoso quanto. Não por medo da avó desgostar de você, e sim porque sabe que ele mesmo está tão amarrado na sua que mal via a hora de apresentá-las.
— Ela vai amar você, fica calma.
Ele abre o portão e te conduz até a cozinha, onde uma senhora baixinha coloca baos no prato para o lanche da tarde.
— Lao lao. — o garoto chama em mandarim, capturando a atenção da mais velha.
— Oh! Vocês já chegaram.
Você fuzila Renjun com o olhar, ele havia dito que a avó não sabia da visita.
— Nossa, como sua namorada é linda, Renjun.
Ela sabia bem que não eram namorados, só que nada como uma senhora sem filtro para fazer a carruagem andar mais depressa. Não deu outra, menos de um mês depois o pedido de namoro foi feito. Depois de uma briga? Sim. Em circunstâncias duvidosas? Sim. Porém, foi feito.
Naquela tarde, você viu fotos do pequeno Huang Renjun e comeu mais de cinco baos com café preto. A delícia da mistura chinesa com brasileira ficou ainda mais gostosa com as risadas entre os três ao ouvir as tramas da vida longa da vovó.
— Eu não sei muito bem como te dizer isso, então eu…
— Tudo bem, eu entendo. Você tá sem tempo, não é mais a mesma coisa e…
— Do que você tá falando? — Junin para nos trilhos antes de tirar o objeto do bolso. — Você acha que eu quero terminar?
Confusa e com um nó doloroso na garganta, você encara Renjun, finalmente. Até hoje a beleza te pega desprevinida.
— Não é mais a mesma coisa pra você? — quem demonstra dor agora é ele.
— Não é isso, Jun… — você suspira. — Você só vive longe, eu achei que…
— Por isso mesmo. — ele se apressa, agarrando com força o presente que está prestes a te dar. — Eu juntei dinheiro.
— Não. — você o interrompe. — Não precisa me pagar de volta.
— Me ouve, metida. Por favor?
Você balança a cabeça, se calando. Ele finalmente nota o inchaço em volta dos olhos e a irritação que denunciava que você havia chorado. As palavras se embrulham na mente do rapaz, só que ele precisa de explicar logo.
— Eu juntei dinheiro, e fiz uma coisa. Não sei se você vai amar ou odiar, aceitar ou recusar, mas foi pela gente. Sempre vai ser pela gente. Pensa com carinho, tá?
Sua boca se abre num O de espanto ao ver a chave dourada cravejada de diamantes na mão do namorado.
— Jun, o que isso significa? É o que eu tô pensando? — você murmura, a beira de passar mal ou de pular no pescoço do amor da sua vida.
— Vem ser dona da minha cobertura em Ipanema.
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Por que tantos países querem aderir ao Brics?
Grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul é visto como um contrapeso às instituições tradicionais lideradas pelo Ocidente. Mas o que é o Brics e qual sua relevância no cenário internacional?
A partir desta terça-feira (22/08), líderes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul se reúnem em Joanesburgo para a cúpula anual do Brics.
A edição deste ano ganhou destaque em meio à expectativa de que o grupo de países emergentes possa agregar novos membros, enquanto China e Rússia buscam aumentar sua influência política diante do aumento das tensões com Estados Unidos e aliados.
Como surgiu o Brics?
Primeiro veio o acrônimo Bric, cunhado em 2001 pelo economista Jim O'Neill, do banco de investimentos americano Goldman Sachs, para agrupar quatro das maiores economias de crescimento mais rápido da época. O'Neill queria enfatizar como essas quatro nações – Brasil, Rússia, Índia e China – poderiam coletivamente se tornar uma força econômica global na década seguinte.
Os investidores entenderam o recado, assim como os formuladores de políticas dos países em questão. Deixando de lado suas diferenças políticas e sociais e movidas por um desejo comum de reestruturar os sistemas políticos, econômicos e financeiros globais liderados pelos Estados Unidos, as quatro nações se comprometeram com um ideal de "justiça, equilíbrio e representação".
A primeira reunião anual do Bric foi realizada em 2009 em Yekaterinburg, na Rússia. Um ano depois, eles convidaram a África do Sul para ingressar no grupo político, e um 's' foi adicionado ao final da sigla.
Quais foram as principais conquistas do Brics?
O grupo de países emergentes tem lutado para fazer jus ao seu potencial de oferecer uma alternativa aos sistemas financeiros e políticos tradicionais.
Entre suas conquistas mais notáveis está a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) – ou Banco Brics –, que atualmente é presidido por Dilma Rousseff. O banco multilateral de desenvolvimento tem US$ 50 bilhões (cerca de R$ 250 bilhões) em capital subscrito para financiar infraestrutura e projetos relacionados ao clima em países em desenvolvimento.
Desde sua criação em 2015, a instituição financeira, que inclui tanto membros do Brics como também Bangladesh, Egito e Emirados Árabes Unidos entre seus acionistas, já aprovou mais de US$ 30 bilhões em empréstimos. Para fins de comparação, o Banco Mundial sozinho comprometeu mais de US$ 100 bilhões em 2022.
O Brics também criou um Acordo de Reserva de Contingência de US$ 100 bilhões, uma facilidade de liquidez em moeda estrangeira que os membros podem aproveitar durante eventuais fases de turbulência financeira global.
Há também rumores sobre a criação de uma moeda comum entre seus membros, o que seria uma tentativa de desafiar a hegemonia do dólar. Mas como isso não deve se concretizar tão cedo, o Brics decidiu focar no aprofundamento do uso de moedas locais.
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Reconstrução Síria num Contexto Regional em Mudança: Desafios e Oportunidades
Artigo escrito por - Alexandre Aksenenok - Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da Federação Russa, Vice-presidente da RIAC
A reconstrução da Síria é um dos principais e mais urgentes desafios do seu desenvolvimento pós-guerra. A guerra civil terminou por si só, mas o conflito em si continua sem solução e seu custo material é enorme. Sob as condições das sanções ocidentais e relações difíceis com os estados árabes do Golfo Pérsico, não há praticamente pré-requisitos para uma reconstrução extensiva e implementação de grandes projetos de investimento.
Nesta fase, apenas a chamada “recuperação precoce” é possível, que é destinada à manutenção da prosperidade da população e ao funcionamento do sistema social. Com recursos decrescentes, está se tornando cada vez mais difícil para o governo sírio manter a economia à tona e lidar com questões sociais. Ao mesmo tempo, a assistência externa de potenciais patrocinadores de tais obras continua sujeita a uma série de condições políticas na área de resolução de conflitos.
A situação econômica no país continua a se deteriorar enquanto os padrões de vida da maioria da população estão caindo. Neste contexto, o processo de reconstrução pós-guerra, que pode proporcionar alívio aos cidadãos sírios, está inextricavelmente ligado à política, à segurança e à restauração da integridade territorial do país por meios pacíficos e à reconciliação nacional. Além disso, também está condicionado à implementação de reformas de governança, tanto no centro quanto na periferia. Assim, o processo de reconstrução é multidimensional e requer certos compromissos. No entanto, nenhuma medida prática nessa direção foi tomada ainda pelas autoridades sírias.
Fatores externos como pressão de sanções, fragmentação do território nacional e controle americano contínuo sobre muitos dos recursos da Síria são apenas parcialmente responsáveis pela terrível situação econômica na Síria. Além disso, há sérios problemas na área de governança. Nos últimos anos, o sistema de administração pública foi significativamente transformado e tornado ineficaz sem um impacto externo significativo.
Em maio de 2023, as condições para a Síria atrair assistência externa eram mais favoráveis. Isso se deveu ao retorno do país à Liga Árabe, à tendência emergente de aliviar as tensões regionais e à construção de uma nova arquitetura de segurança no Oriente Médio. Apesar da normalização externa, não houve nenhuma mudança significativa nas práticas de cooperação de investimento e suporte financeiro para a Síria. Os Estados Árabes continuam a prosseguir com base na necessidade de implementar o princípio de “Um Passo por Um Passo”.
Damasco aposta na possibilidade de reformas políticas e no lançamento do Comitê Constitucional com o compromisso árabe de apoiar o Ocidente. Ao mesmo tempo, as autoridades estão se concentrando nas eleições parlamentares de julho de 2024. O processo de normalização das relações entre a Síria e a Turquia, iniciado em 2023 pela Rússia, também enfrenta dificuldades semelhantes.
Nesta fase, a situação dentro e ao redor da Síria não é propícia para alcançar resultados rápidos e superar a crise da economia pós-guerra do país. Rússia e Irã continuam a cooperação econômica com a Síria, mas as capacidades dos dois países não são suficientes para reconstruir a economia síria destruída. Existem três canais possíveis para suporte financeiro e técnico externo no curto prazo. Estes são o Fundo Fiduciário da ONU, isenções humanitárias das sanções dos EUA e de vários estados-membros da UE, bem como oportunidades do Programa de Desenvolvimento da ONU, sob o qual algumas obras de reconstrução estão sendo realizadas. Se o processo político avançar, vários estados árabes do Golfo também podem participar de atividades de reconstrução.
Situação socioeconômica na República Árabe Síria
A reconstrução da Síria é um dos desafios mais importantes e urgentes do seu desenvolvimento pós-guerra. A peculiaridade da situação desafiadora no país é que a guerra civil terminou por si só, mas o conflito em si continua sem solução. Suas causas raízes não foram abordadas, e as consequências socioeconômicas e políticas, agravadas pelas sanções ocidentais, continuam a ter um efeito desestabilizador. Com recursos domésticos limitados e financiamento externo insuficiente, há poucos pré-requisitos para uma ampla reconstrução e a implementação de grandes projetos. Nesta fase, estamos falando de nada mais do que obras de reconstrução para manter o sustento da população e o funcionamento do setor social como um todo, o que faz parte do conceito de “recuperação precoce” comum no Ocidente.
O termo “recuperação precoce” implica assistência humanitária que não abrange projetos relacionados à reconstrução econômica. Inclui trabalho em água, saneamento, eletricidade, logística comercial, reabilitação de redes de saúde e educação até aconselhamento sobre governança local, reintegração de refugiados e pessoas deslocadas 1 . Ainda não há uma linha clara traçada entre recuperação e reconstrução, e há debate entre os formuladores de políticas ocidentais sobre essa questão. Outro fato complica a situação geral. Por um lado, em 2020 e em 2023, vários tipos de “isenções”, “autorizações” e emissão de “licenças especiais” foram introduzidos para fornecer assistência humanitária à Síria para combater pandemias de COVID-19 e eliminar as consequências dos danos do terremoto. Por outro lado, os Estados Unidos estão aumentando a “pressão máxima” sobre a Síria e ameaçando sanções secundárias sobre os países, incluindo os países árabes, que estão prontos para fornecer apoio financeiro e material à Síria. Segundo vários especialistas europeus, as disposições sobre isenções de sanções não são eficazes na prática, não tanto por razões políticas, mas porque a multiplicidade de restrições adotadas nos últimos vinte anos se duplicam e criam um emaranhado de procedimentos burocráticos confusos 2 .
O principal problema é que o território da Síria é um espaço militar e político fragmentado. De fato, o país também desenvolveu várias economias paralelas:
Territórios controlados pelo governo sírio (cerca de 68%);
o nordeste, controlado pela Administração Autônoma Curda para o Norte e Leste da Síria (AANES), apoiada pelos militares dos EUA (cerca de 22%);
a “zona tampão” do norte da Síria, sob o controlo da Turquia e da Síria
milícias que apoia (cerca de 5%);
a zona da província de Idlib, controlada pela organização terrorista Hayat Tahrir al-Sham (proibida na Rússia) e governada pelo “Governo de Salvação Nacional” (cerca de 2%);
a zona de At-Tanf, dominada pelos EUA, no sudeste da Síria (cerca de 3%).
Como resultado, as comunicações econômicas e comerciais foram cortadas. Com recursos internos e externos cada vez menores, está se tornando mais difícil para o governo manter a economia à tona e lidar com questões sociais do que durante a fase ativa das hostilidades. Por sua vez, os EUA, a União Europeia e os estados árabes do Golfo estão impondo pré-condições que o governo sírio ainda não está pronto para atender.
A maioria dos sírios está lutando para sobreviver diante do aumento constante dos preços, escassez de alimentos, energia e combustível. De todos os pontos críticos de conflito na região, a Síria sofreu as maiores perdas. Elas estão na forma de destruição material, baixas humanas e um declínio na qualidade do capital humano. O dano total da guerra é estimado pelo Ministério das Finanças da Síria em US$ 300 bilhões 3 . Mais da metade da infraestrutura básica foi destruída. O sistema de saúde, um dos mais desenvolvidos no Oriente Médio antes da guerra, foi significativamente prejudicado.
Os padrões de vida da vasta maioria da população estão despencando. A pobreza em massa é um problema particular. De acordo com a ONU, 90% dos sírios vivem abaixo da linha da pobreza, 70% precisam de ajuda humanitária internacional e a expectativa de vida caiu em 20 anos 4 .
O ministro da Economia e Comércio Exterior Samer Khalil foi forçado a admitir que 2022 foi “o ano mais difícil dos últimos 50 anos 5 ”.
A situação econômica no país continua a se deteriorar. Não apenas nas províncias, mas também na capital, a população continua sendo forçada a viver com a falta de fornecimento sustentável de eletricidade (em algumas áreas, a eletricidade é fornecida por uma a duas horas por dia, em outras por uma hora a cada cinco ou seis horas), interrupções no fornecimento de água e escassez constante de produtos essenciais.
Os crescentes déficits orçamentários e a inflação galopante estão forçando as autoridades a reduzir o tamanho dos subsídios governamentais e estreitar o leque de beneficiários, o que antes mantinha os preços mais ou menos acessíveis. Com a produção em queda e as importações, incluindo importações falsificadas, os preços das commodities essenciais são determinados pela taxa de câmbio do dólar. Desde fevereiro de 2023, a lira síria se desvalorizou quase duas vezes e meia em relação ao dólar americano 6 .
As medidas tomadas pelo governo para aproximar as taxas oficiais e não oficiais da lira síria tiveram efeito limitado e não mudaram fundamentalmente a situação. Apesar do fato de o governo ter dobrado os salários no verão de 2023, a inflação literalmente “comeu” todo o ganho, e a renda da população diminuiu. Como resultado de tais ações, as compensações trabalhistas em equivalentes a dólares ficaram ainda menores. Os aumentos desenfreados de preços (em média cerca de 10% ao mês) em combustíveis e alimentos básicos como pão achatado, galinhas, ovos, azeite de oliva, etc. estão afetando particularmente dolorosamente a população. Cordeiro e outros pratos tradicionais de carne animal estão gradualmente desaparecendo da dieta diária da maioria dos sírios.
O Governo Sírio está fazendo esforços para mitigar as consequências sociais e políticas da crise da melhor forma possível, incluindo por meio de uma combinação de regulamentação de mercado e estatal e reforma parcial do sistema tributário. No entanto, além das influências negativas externas, há uma série de obstáculos internos objetivos à recuperação econômica, o que é virtualmente impossível sem um influxo de investimento dos Estados Árabes do Golfo e do Ocidente.
Esses são, antes de tudo, problemas na agricultura e a falta de recursos hídricos, que está ligada às mudanças climáticas. De acordo com o especialista agrícola sírio Jalal Al-Attar, em 2015, os volumes de água na parte síria do Eufrates diminuíram em 40% em comparação a 1972 7 .
Terremotos e secas frequentes afetaram as colheitas de trigo, deixando a Síria com uma escassez aguda dessa cultura estratégica, satisfazendo a demanda por ela com importações, inclusive da Rússia. A escassez de combustível complicou ainda mais a situação, exacerbando a crise energética. O problema é que, enquanto a demanda doméstica de petróleo é de 3 milhões de barris por mês, apenas 300.000 barris são produzidos em territórios controlados pelo governo 8 .
O restante do petróleo é produzido na zona curda AASIS (Administração Autônoma do Nordeste da Síria). Depois que os EUA, ocupando esta zona, impuseram um embargo de fato ao fornecimento de petróleo de lá para Damasco, há uma grave escassez de combustível nas áreas sob controle do governo. A escassez é compensada pelo fornecimento de petróleo do Irã e, em parte, da Rússia.
Novos desafios não militares, mas não menos perigosos, obrigam o Governo Sírio a avaliar adequadamente os riscos, assumindo que as ameaças reais são colocadas principalmente pela economia. Bolsões de protestos surgem periodicamente no sul e noroeste do país, mas uma forte deterioração nesta área pode levar a manifestações mais radicais das contradições acumuladas em suas formas mais inesperadas.
No entanto, na situação atual, a reconstrução econômica, que pode aliviar a situação da maioria da população, está inextricavelmente ligada à política, à segurança, à restauração da integridade territorial do país por meios pacíficos com base na reconciliação nacional e à reforma da administração pública no centro e na periferia. O processo de reconstrução é multifacetado e requer compromisso. No entanto, nenhuma medida prática nessa direção foi tomada ainda pela liderança síria. Isso é evidenciado pela análise da política doméstica e regional de Damasco no contexto da nova arquitetura de segurança emergente no Oriente Médio, levando em consideração a crise em Gaza e a natureza de suas relações com as principais partes interessadas e jogadores.
O retorno da Síria à Liga dos Estados Árabes: os resultados do ano passado
Em maio de 2023, foi tomada a decisão de renovar a filiação da Síria ao LAS, que havia sido suspensa desde o início da guerra civil em 2011. Isso foi seguido por uma série de etapas em direção à normalização com a Arábia Saudita. Isso inclui a abertura de missões diplomáticas em Damasco e Riad, troca de embaixadores (os Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Omã já haviam feito isso antes), visitas políticas recíprocas de alto nível, descongelamento parcial do comércio bilateral e retomada das viagens aéreas. Houve uma mudança de tom nas declarações "de cima para baixo" na própria Síria. O presidente Bashar al-Assad participou de duas reuniões de chefes de estado em Jeddah (LAS + OIC em maio de 2023) e Manama (LAS em maio de 2024), o que mostra pragmatismo nas abordagens à política internacional e regional. Certamente, a posição da Arábia Saudita é de particular importância para a Síria, já que Riad está ganhando peso na região e, junto com outros estados do Golfo, está melhor posicionada para mitigar a pressão exercida sobre a Síria pelos Estados Unidos e Israel.
A virada para o retorno da Síria ao vetor árabe ocorreu no contexto da tendência dos últimos dois anos para a construção de novas alianças regionais. Isso foi motivado por fatores como fadiga dos conflitos em andamento, a necessidade de cooperação econômica mutuamente benéfica diante da desaceleração do crescimento global e desilusão com a política dos Estados Unidos para o Oriente Médio. Sinais de alívio das tensões, uma espécie de distensão do Oriente Médio, incluem uma série de desenvolvimentos importantes nessa direção. A Turquia tomou o caminho da reconciliação com os estados árabes vizinhos. Durante a viagem de Erdogan à região do Golfo Pérsico (julho de 2023), muitos acordos econômicos foram assinados na Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos. A Turquia assinou acordos totalizando US$ 50,7 bilhões somente com os Emirados Árabes Unidos. Além disso, a Arábia Saudita assinou contratos favoráveis à Turquia para a compra de um grande lote de drones 9 . Houve uma reaproximação entre a Turquia e o Irã, a maioria dos desacordos internos que dificultavam o trabalho do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) foram resolvidos, e o papel dos Emirados Árabes Unidos, Egito e Catar como moderadores dos conflitos no Líbano, Iraque e Líbia aumentou significativamente. A diplomacia do Catar e do Egito fez uma contribuição indispensável para negociar os termos do cessar-fogo na Faixa de Gaza. As discussões em andamento sobre os termos do reconhecimento de Israel pela Arábia Saudita, apelidado de "grande barganha", também se encaixam neste contexto.
É importante enfatizar que a nova dinâmica regional, incluindo a decisão de devolver a Síria à LAS, dificilmente teria sido possível sem a restauração das relações diplomáticas entre a Arábia Saudita e o Irã em março de 2023. Este grande avanço, precedido por esforços de mediação não apenas pela China, mas também pelos próprios estados árabes, contribuiu para a cura da região. A Síria também fez parte do amplo ���pacote de acordo” saudita-iraniano.
Todas essas mudanças ainda não se tornaram irreversíveis, embora tenham sido testadas pelo conflito palestino-israelense, que se intensificou após 7 de outubro de 2023. A troca de ataques de mísseis entre Israel e Irã em maio deste ano não teve consequências negativas para a região. A Arábia Saudita assumiu uma postura equilibrada enquanto o Irã reduziu a presença de milícias proxy sob seu controle na região das Colinas de Golã, na Síria. Contatos políticos de alto nível, incluindo entre agências de inteligência sauditas e iranianas, continuaram inabaláveis. Acordos bilaterais de segurança também continuam em vigor. No Iêmen, apesar das escaladas no Mar Vermelho causadas pela crise na Faixa de Gaza, o cessar-fogo mais longo permanece em vigor enquanto a Arábia Saudita se retirou da interferência na área de interesses iranianos dentro da Síria e do Iraque.
Os estados do Oriente Médio preferem encontrar suas próprias maneiras de resolver os problemas internos acumulados e tentam evitar o ditame americano. A maioria deles está gravitando em direção a uma política de adaptação, diversificando sua política externa no contexto do confronto global em andamento. No entanto, não houve desenvolvimentos significativos em termos de abordar as questões práticas de cooperação de investimento e assistência financeira tão importantes para a Síria após a restauração de sua filiação à LAS. A Arábia Saudita e outros estados árabes continuam a acreditar que deve ser uma via de mão dupla.
A “cúpula” árabe em Jeddah decidiu formar um “grupo de contato” LAS de cinco estados (Egito, Arábia Saudita, Iraque, Líbano, Jordânia) e Síria. A declaração dos membros deste grupo afirma explicitamente o seguinte: “Enfatizamos a necessidade de medidas práticas eficazes em direção a uma resolução gradual da crise, passo a passo 10 ”.
Ou seja, a retomada da cooperação econômica é condicional. A Síria é obrigada a reafirmar sua seriedade na busca pela reconciliação nacional. Isso significa chegar a acordos com a oposição moderada por meio de um processo político baseado na Resolução 2254 do Conselho de Segurança da ONU, que também prevê emendas constitucionais e “eleições livres e justas” sob os auspícios da ONU.
Na fase inicial, a equipe ministerial do LAS criada para supervisionar a implementação dos acordos preliminares está priorizando questões como impedir o contrabando de substâncias narcóticas da Síria para os países do Golfo através da fronteira com a Jordânia, criando um ambiente seguro para o retorno de refugiados e a libertação de presos políticos não envolvidos em atividades terroristas.
Em termos de “recuperação antecipada”, o fluxo de recursos financeiros tem sido limitado até agora à ajuda humanitária do Centro especial que leva o nome do Rei da Arábia Saudita e outros Estados do Golfo para lidar com as consequências do terremoto de 2023. É indicativo que, com a reação tardia e politizada do Ocidente, 74% da ajuda humanitária urgente à Síria entre 6 e 13 de fevereiro de 2023, tenha sido fornecida por países árabes.
Bashar Assad, por sua vez, concordou em abrir duas passagens de fronteira adicionais da Turquia (Bab As-Salameh e Ar-Rai) no noroeste da Síria, região não controlada pelo governo.
No entanto, as esperanças dos cidadãos sírios por reconstrução pós-guerra e assistência de doadores externos não podem ser realizadas devido às sanções dos EUA. Desde o final de 2023, elas tiveram um impacto mais severo em terceiros países que cooperam com a Síria e também se tornaram extraterritoriais por natureza.
A imprecisão e a amplitude das sanções criaram uma atmosfera de “excesso de conformidade”, na qual potenciais governos doadores, empresas, organizações comerciais e ONGs tendem a jogar pelo seguro e evitar o envolvimento direto, mesmo em pequenos projetos.
Alguns estados do Golfo Árabe sinalizaram que estão dispostos a apoiar a reconstrução na expectativa de criar um contrapeso à influência iraniana, mas ainda não estão dispostos a correr o risco.
Resolução de conflitos
O Enviado Especial do Secretário-Geral da ONU para a Síria, Geir O. Pedersen, em briefings ao Conselho de Segurança, regularmente exorta a comunidade internacional a manter a Síria em foco, alertando sobre os riscos contínuos de um conflito não resolvido - alguns até dizem "esquecido". Em sua avaliação, a situação na Síria está em um estado de "impasse estratégico" e uma solução só pode ser encontrada na via política. O trabalho do Comitê Constitucional, criado com grande dificuldade com a assistência russa em 2019, está parado. Desde maio de 2022, ele está praticamente paralisado. Os próprios sírios não parecem mais capazes de negociar, ainda presos em delírios políticos. O governo se sente vitorioso, enquanto a heterogênea oposição não desiste de suas demandas e ambições.
Taticamente visto, Damasco está tentando envolver a Arábia Saudita em esforços de mediação e ofereceu Riad como um local para a retomada do Comitê Constitucional. O reino, por sua vez, até agora não demonstrou interesse em se envolver mais em assuntos inter-sírios, enquanto observa os desenvolvimentos em torno de Gaza e os esforços de mediação dos EUA para negociar os termos da normalização final com Israel, que incluem o comprometimento com uma solução para o caso palestino.
O resultado da reunião de 15 de agosto de 2023 do Grupo Ministerial Árabe no Cairo mostrou que a restauração das relações Síria-Golfo Árabe está passando por dificuldades significativas. O lado sírio vincula reformas políticas, incluindo o lançamento do Comitê Constitucional, ao compromisso dos países árabes de garantir o levantamento das sanções ocidentais, e também se refere às eleições parlamentares em julho de 2024. Em geral, Bashar Assad ainda não demonstrou disposição para fazer concessões, sem as quais é impossível obter a assistência necessária. A reunião do presidente Assad com o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman em Manama em maio não produziu resultados tangíveis. O texto da declaração adotada no final da “Cúpula Árabe” repete a posição árabe e não contém nenhuma indicação de qualquer mudança, e a próxima reunião do grupo ministerial da LAS sobre a Síria foi adiada indefinidamente 11 .
A diplomacia russa vem trabalhando há anos para aquecer o clima político em torno da Síria no mundo árabe e fornecer canais para investimento externo. Agora, após o retorno da Síria ao LAS, sua linha inflexível em um momento em que a maioria do povo sírio está à beira da sobrevivência é percebida em Moscou com certo descontentamento.
Síria–Turquia
Em muitos aspectos, a situação é semelhante ao processo de normalização das relações sírio-turcas. As rápidas mudanças nas dimensões globais e regionais em 2022-23 levaram os líderes da Síria e da Turquia a perceber que um maior equilíbrio à beira do confronto direto não é benéfico para ambos os países. O movimento em direção à reaproximação começou por iniciativa da Rússia, que vê o alívio das tensões militares e os arranjos políticos entre a Síria e a Turquia como uma das possibilidades para avançar um acordo de paz após o processo de paz em Genebra ter parado.
A faixa de território na fronteira sírio-turca representa um único “eco-espaço” em termos de economia, trocas comerciais, trânsito de pessoas e segurança. Dentro da Turquia, a questão do restabelecimento das relações está diretamente relacionada à crise migratória e à necessidade de retornar (repatriar) refugiados sírios, cujo número, apenas registrado, foi estimado em 3,3 milhões em meados de 2023.
Damasco também espera se beneficiar da reaproximação com a Turquia, dada a confirmação oficial do comprometimento do lado turco com os princípios da integridade territorial e da luta contra o terrorismo, embora haja profundas divergências sobre quem deve ser classificado como terrorista. No contexto da estrutura estatal da Síria, os acordos com a Turquia estão, em última análise, vinculados à solução de um dos problemas constituintes do acordo político - o problema curdo. Em meados de 2022, os canais de comunicação fechados entre os serviços de inteligência sírios e turcos demonstraram sua prontidão para continuar as negociações nos níveis militar e político, bem como seu interesse na assistência da Rússia. Mais tarde, um mecanismo de interação foi construído por meio de negociações sucessivas em três formatos: serviços de inteligência, ministros da defesa e ministros das Relações Exteriores. A adesão do Irã a esse processo deu a ele peso adicional. O resultado final da série de reuniões neste formato seriam as negociações de cúpula. Tal prontidão no
O lado turco foi oficialmente anunciado pelo presidente Erdogan 12 .
Em 2023, foram realizadas conversas no nível de defesa (25 de abril) e ministros das Relações Exteriores (10 de maio), precedidas por reuniões de nível de trabalho de vice-ministros. O processo de negociação foi muito difícil, tanto do ponto de vista organizacional quanto em termos do curso das discussões sobre diferenças substantivas. Os representantes russos conseguiram levar os participantes sírios e turcos a acordos provisórios sobre concordar com um roteiro e restaurar as relações com vistas à preparação para a cúpula. No entanto, não foi possível obter mais progresso.
O lado sírio insistiu em pré-condições, a principal das quais era o fornecimento de um cronograma para a retirada das forças turcas do território sírio. Sem compromissos concretos sobre essa questão, uma reunião com Erdogan em Damasco foi considerada prematura. A Turquia, embora demonstrasse disposição para normalizar as relações sem pré-condições, enfatizou a necessidade de uma garantia de segurança se as tropas turcas deixassem a zona tampão no norte da Síria.
As formações armadas das Forças Democráticas Sírias (SDF), que servem como espinha dorsal da Administração Autônoma Curda do Norte e Leste da Síria (AANES), são consideradas pelos turcos como uma organização terrorista. Portanto, a Turquia prefere resolver todo o conjunto de questões relacionadas à retirada de tropas gradualmente, à medida que as relações se normalizam e em conjunto com questões de segurança.
Caso contrário, como Ancara acredita, e não sem razão, a retirada das tropas turcas poderia levar a um novo surto de hostilidades em larga escala envolvendo organizações terroristas concentradas em Idlib e no noroeste da província de Aleppo.
Características do Sistema Político e Governança
A terrível situação econômica da Síria é apenas em parte resultado de fatores externos - o regime de sanções, a fragmentação do território, o controle americano contínuo sobre muitos dos recursos naturais da Síria. Além disso, há sérios problemas de governança. Sem mudanças aparentemente significativas, o sistema foi severamente transformado nos últimos anos, e sua eficácia declinou significativamente.
À medida que a redução da tensão militar avança, a própria falta de vontade ou incapacidade do Governo de estabelecer um sistema de governação que proporcionasse as condições para conter a corrupção, a criminalização e a transição de uma “economia de guerra” para relações comerciais e econômicas normais tornou-se cada vez mais evidente.
Hoje, o país tem várias verticais paralelas de poder: grupos familiares e de clãs; serviços especiais e forças armadas; o aparato estatal; a estrutura do partido Ba'ath; e instituições religiosas. Essas estruturas se sobrepõem, enquanto, ao mesmo tempo, competem entre si pelo controle dos fluxos financeiros.
Recentemente, uma rede de organizações sem fins lucrativos também foi formada, cuja influência está ligada à primeira-dama do país, Asma al-Assad. Cada uma das estruturas de poder opera em sua própria base de recursos, liderada por figuras-chave do círculo interno do presidente.
De acordo com as avaliações de economistas sírios proeminentes, o governo central em Damasco está falhando em recuperar o controle sobre a vida econômica nas províncias periféricas. Mesmo em áreas sob controle do governo, as “regras” da economia local ainda estão em vigor, com impostos generalizados sobre todos os tipos de comércio, trânsito, transporte, comboios humanitários para o benefício de uma cadeia de exércitos e forças de segurança privilegiados, intermediários comerciais e grandes empresários associados leais ao governo, tanto tradicionais, próximos à família do presidente, quanto os novos ricos que enriqueceram durante a guerra 13 .
O poder é consolidado por meio de um sistema de clientelismo. Governança multinível por meio de instituições estatais formais e uma rede obscura de relações socioeconômicas e confessionais, construída no princípio cliente-patrono. Esse sistema alimenta constantemente um ambiente corrupto na distribuição de fluxos financeiros e rendas naturais.
Os centros de influência e estruturas empresariais formadas durante os anos de guerra não estão interessados na transição para o desenvolvimento pacífico, enquanto na sociedade síria, nos círculos de empresários dos setores da economia real e entre parte do aparato estatal, há uma demanda por reformas (“A Síria não pode mais ser como era antes da guerra”).
***
A situação atual dentro e ao redor da Síria não é propícia para alcançar resultados rápidos e aliviar a crise em sua economia pós-guerra. Além disso, o Governo da República Árabe Síria hoje carece de uma estratégia abrangente para o desenvolvimento no novo ambiente. A liderança síria também carece da flexibilidade necessária e teme fazer concessões políticas que podem implicar riscos inaceitáveis.
Na prática, no entanto, há três canais para potencial assistência financeira e técnica externa para reconstrução. Um pré-requisito para isso seria que os Estados Unidos e os países da UE suavizassem sua posição sobre a normalização com a RAE em nível regional, dado que o lado sírio assumiu uma posição neutra na crise de Gaza e se absteve de apoiar o Hamas. Assim, tais canais possíveis para fornecer suporte à RAE incluem o Fundo Fiduciário da ONU, assistência de vários estados europeus e o Programa de Desenvolvimento da ONU, o que implica a implementação de obras de reconstrução separadas na Síria com um orçamento de US$ 692 milhões em 2024-2026 14 .
No segundo semestre de 2023, de acordo com as resoluções do Conselho de Segurança adotadas no período de 2022 a 2023, os serviços especializados da ONU, juntamente com o governo sírio, começaram a trabalhar na preparação do Programa de Recuperação Antecipada da Síria e no procedimento para seu financiamento por meio de um Fundo especial a ser criado para esses fins. O valor dos fundos a serem levantados é estimado em
US$ 500 milhões por um período de cinco anos. O aparato da ONU espera que, no contexto da crise em Gaza e da possibilidade de sua disseminação para países vizinhos, uma série de obstáculos à alocação de fundos sejam removidos. O fundo fiduciário apoiado pela ONU é visto como um canal alternativo para doadores cautelosos com sanções 15 .
A última oitava conferência de doadores da União Europeia realizada em Bruxelas no final de maio de 2024 demonstrou que há divergências entre os países europeus sobre a questão da reconstrução da Síria diante de uma situação humanitária em rápida deterioração. Enquanto a Alemanha e a França continuam a adotar uma linha dura, abrindo exceções apenas para áreas do nordeste controladas pela oposição, um grupo de oito estados-membros da UE (Áustria, República Tcheca, Chipre, Dinamarca, Grécia, Malta, Polônia) defendeu uma “reavaliação” da situação na Síria à luz do agravamento da crise humanitária. Este grupo de oito países europeus está mais interessado em criar um ambiente propício ao retorno de refugiados, o que deve ser facilitado por programas que se enquadrem na categoria de “recuperação antecipada 1617 ”. Assim, a reconstrução da Síria com recursos externos dos Estados Unidos, Europa e Estados do Golfo é essencial. Ao mesmo tempo, o problema da reconstrução pós-guerra da República Árabe Síria permanece politicamente condicionado. Ao mesmo tempo, as tensões militares e políticas no mundo e a pressão das sanções limitam a capacidade dos aliados da Síria, Rússia e Irã, de fornecer assistência financeira e econômica à Síria nas quantidades necessárias. A China, por sua vez, está tomando uma atitude de esperar para ver, limitando-se a declarações gerais de prontidão para fornecer financiamento.
O envolvimento militar da Federação Russa a pedidos do Presidente B. Assad, bem como sua firme posição política em nível internacional, permitiu que Damasco preservasse sua condição de estado, derrotasse inúmeras organizações terroristas e retornasse à órbita da política regional. No período pós-guerra, a Rússia também fez esforços significativos para fornecer assistência real à RAE na reconstrução de sua economia devastada. O governo está encorajando as empresas russas a trabalhar mais de perto com as empresas sírias em uma parceria público-privada e na base da nação mais favorecida, embora os "métodos de comando" não sejam mais tão eficazes na economia russa quanto eram nos tempos soviéticos. Ao mesmo tempo, o governo sírio é obrigado a tomar medidas consistentes em direção a uma estratégia de desenvolvimento abrangente, estabelecendo um sistema de administração pública central e local capaz de combater a corrupção. Além disso, espera-se tratamento preferencial para investidores estrangeiros, respeito à lei e uma transição antecipada de uma "economia de guerra" para relações comerciais e econômicas normais.
A Rússia também está fazendo uma contribuição importante para a reabilitação e modernização do setor de energia. As empresas russas que estão sob sanções estão participando da reconstrução das instalações de infraestrutura da FEC de petróleo, incluindo usinas hidrelétricas e refinarias, e também estão realizando trabalhos para explorar e explorar novos campos de petróleo e gás. A Stroytransgaz, em cooperação com parceiros sírios, está implementando um projeto para desenvolver a parte civil do porto de Tartus e, desde 2018, vem produzindo fosfatos, cuja exportação foi uma importante fonte de receitas em moeda estrangeira para o orçamento até 2011. Vale ressaltar que, no campo da reabilitação de infraestrutura de energia e transporte, a Rússia e o Irã mudaram recentemente da competição para a cooperação, complementando-se.
Uma análise abrangente das perspectivas para a “reabilitação” econômica da Síria no período pós-guerra mostra que essa tarefa urgente só pode ser resolvida pela coordenação de esforços em nível internacional. Este poderia ser um ponto de convergência entre os interesses de todas as partes, onde a assistência econômica e humanitária seria vista como inseparável do progresso na trilha política.
1 Al-Issa, Ibrahim H., Karazi H. Projetos de recuperação precoce na Síria e obstáculos políticos // Enab Baladi, 30 de maio de 2024. — URL : https://english.enabbaladi.net/archives/2024/05/early-recovery-projects-in-syria-and-political-obstacles/
2 Briefing: Quão “inteligentes” são as sanções à Síria // The New — URL: https://www. thenewhumanitarian.org/analysis/2019/04/25/briefing-just-how-smart-are-sanctions-syria
3 Ministro das Finanças da Síria: 300 mil milhões de dólares em perdas de guerra // The Syrian Observer, 23 de maio
— URL: https://syrianobserver.com/society/syrian-finance-minister-300-billion-in-war-losses.html
4 Conselho de Segurança: 12 anos de guerra deixam 70 por cento dos sírios precisando de ajuda // UN News, 25 de janeiro — URL: https://news.un.org/en/story/2023/01/1132837/
5 2022 Pior desempenho econômico em 50 anos: Ministro da Economia do regime promove decisões mágicas // The Syrian Observer, 3 de fevereiro de 2023. — URL : https://syrianobserver.com/news/81565/2022-worst-economic-performance-in-50-years-regimes-economy-minister-promotes-magical-decisions
6 República Árabe Síria: Visão geral das necessidades humanitárias em 2024 (dezembro de 2023) // org, 21 de dezembro de 2023. — URL : https://www.unocha.org/publications/report/syrian-arab-republic/syrian-arab-republic-2024-humanitarian-needs-overview-december-2023
7 Fonte: pessoal do autor
8 Polyakov Síria em 2023: Declínio e esperanças não realizadas (Polyakov D. Siriya v 2023 Godu: Upadok i Nesbyvshiesya Nadezhdy) // RIAC, 11.01.2024. — URL: https://russiancouncil.ru/analytics- and-comments/analytics/siriya-v-2023-godu-upadok-i-nesbyvshiesya-nadezhdy/?sphrase_ id=146557723
9 Dalay Política externa turca em um mundo desequilibrado // Conselho do Oriente Médio sobre Assuntos Globais, 30 de maio de 2024. — URL: https://mecouncil.org/publication/turkish-foreign-policy-in-an-unhinged-world/
10 Hendawi Síria recebe retorno condicional à Liga Árabe // The National, 7 de maio de 2023. —
URL: https://www.thenationalnews.com/mena/syria/2023/05/08/arab-league-syria-return/
11 Texto integral da Declaração do Bahrein da cimeira da Liga Árabe // The National, 16 de maio
— URL: https://www.thenationalnews.com/news/mena/2024/05/16/full-text-arab-league-summit- bahrain-declaration/
12 Dalay A nova narrativa da Turquia sobre a Síria // Conselho do Oriente Médio sobre Assuntos Globais, 24 de outubro de 2022/
— URL : https://mecouncil.org/blog_posts/turkeys-new-syria-narrative/?utm_campaign=MECGA%20Soft%20Launch&utm_medium=email
13 Aksenenok A. Guerra, Economia, Política na Síria: Links Quebrados (Aksenenok A. Vojna, Ekonomika, Politika v Sirii: Razorvannye Zven'ya) // Valdai Club, 17.04.2020. — URL: https://ru.valdaiclub.com/a/destaques/voyna-ekonomika-politika-v-sirii-razorvannye-zvenya/
14 Síria: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento // org. — URL: https://www.undp.org/
Síria
15 Al Dassouky A. Early Recovery Trust Fund na Síria: Uma abordagem técnica com implicações políticas e riscos associados // OMRAN Strategic Studies, 16 de maio de 2024. — URL: https://www.org/index.php/publications/papers/early-recovery-trust-fund-in-syria-a-technical- approach -with-political-implications-and-associated-risks.html
16 Bruxelas VIII: Um ano de crise prolongada e desafios não resolvidos para a Síria // The Syrian Observer, 4 de junho — URL: https://syrianobserver.com/refugees/brussels-viii-a-year-of-prolonged- crisis-and-unresolved-challenges-for-syria.html
17 membros da UE dizem que as condições na Síria devem ser reavaliadas para permitir o retorno voluntário de refugiados
// AP World News, 7 de junho de 2024. — URL: https://apnews.com/article/migrants-refugees-syria-eu-lebanon-safe-zones-returns-3b52a8b2d55acb6838c1e34916638f4b
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Avulsidades | Ep. 2: Papo Mulher, pt. II
Obs.: essa é uma postagem que conta a história de um programa fictício e é dedicada àqueles que gostam de leitura. Bom proveito! :)
Primeiro logo do programa em maio de 1978. A atração conquistou o feito de cativar seu público-alvo (as mulheres) logo nos primeiros meses de exibição, coisa que muitos da produção disseram não acreditar ser possível. A emissora não estava totalmente preparada para o sucesso de "Papo Mulher" e seu investimento inicial era considerado um dos mais baixos da grade. Mesmo não tendo o cenário mais bonito da televisão e contando com poucos patrocinadores, o matinal conseguiu sobreviver com uma audiência muito expressiva por mais dez anos desde a sua estreia.
Este é um registro feito no site do INPI no início da década de 80 (1981, segundo nossas pesquisas) e ele já trazia consigo o formato clássico do logotipo do "Papo". Essa nova hierarquização de elementos do logo viria a se tornar a sua principal marca registrada dali em diante.
Assim era ele a cores e com um leve efeito de relevo no texto (chama-se "bisel" no design). O mais interessante dessa versão é que, tirando a de '80 pelo detalhe da boquinha em vermelho, ela foi uma das primeiras a trazer uma proposta de identidade totalmente fora do tema preto e branco. A combinação de tons roxeados e do vermelho vívido que buscava representar não apenas uma comum cor de batom, como também o empoderamento feminino, seria alterada 2 anos depois de seu lançamento. Tal mudança não foi bem aceita pelo público e isso fez com que a emissora tivesse de voltar atrás em sua decisão, pois ela foi considerada por muitos como "ousada demais".
Eu não diria que essa foi uma modificação ousada, mas o que tinha bastante presença de tela e ainda assim mantinha um toque de delicadeza agora parecia distante de sua proposta original, trazendo uma frieza indesejada ao seu visual como um todo. Nessa época, em 1982, os índices de audiência do programa atingiram os números mais baixos de sua história. E pensar que tudo isso aconteceu por conta desse mísero retoque de aparência...
Com a inesperada queda de público, a direção artística do "Papo Mulher" exigiu que a identidade anterior retornasse o mais rápido possível, porém, que se mantivesse o formato alterado em '82 (perceba como a letra "a" e a boca vermelha são diferentes do que aparece na primeira versão do logo com a disposição vertical). Apesar da pressa, a nova roupagem só entraria no ar em fevereiro de 1985, quase 3 anos depois. O retorno da paleta de cores cativante trouxe novos ares para a atração e a ajudou a se consolidar na grade da Lodo como uma de suas produções de maior êxito da década. Essa é tida pela maioria de seus admiradores como a sua melhor e mais nostálgica fase.
Por fim, temos a atualização feita em 1988 para encerrar esse episódio com chave de ouro. Essa é, pessoalmente, a minha favorita das que hoje os mostrei. Ela certamente pode não ser tão marcante quanto a de '85, mas não dá para negar que é a mais bem trabalha dentre as demais. Para além do visualmente óbvio, a mais notável diferença em relação às versões prévias é a tipografia da palavra "Mulher". Novamente a decisão de mexer na paleta de cores foi feita e temia-se que uma nova ruptura na relação com os telespectadores estaria para acontecer. Para a surpresa de quem trabalhava nos bastidores, a mudança na temperatura das tonalidades não trouxe nenhum tipo de dor de cabeça para o canal e assim o show respirou bem até a virada, em 1990... Bem, acho que vou parar por aqui, porque esse é um detalhe para uma próxima publicação, então, até logo!
#Avulsidades#SegundoEpisódio#PapoMulher#1970s#1980s#1978#1981#1982#1985#1988#CriaçãoPrópria#RedeLodo#GraphicDesign#Art
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Novo "supercarro" de 17 milhões de euros lançado na terça-feira será produzido em Matosinhos
O Adamastor Furia, novo 'supercarro' português fruto de 17 milhões de euros de investimento e com produção estimada em 60 veículos de estrada, será apresentado na terça-feira e produzido em Matosinhos, disse à Lusa um responsável pelo projeto.
"É um veículo de alta 'performance' [prestação] todo construído e desenvolvido em Portugal", começou por dizer à Lusa Ricardo Quintas, cofundador e gerente da Adamastor, empresa automóvel portuguesa cuja origem remonta a 2012.
Segundo Ricardo Quintas, o automóvel, cuja velocidade máxima pode ir até aos 300 quilómetros por hora, "é todo ele construído em carbono, com um motor de posição central e tração traseira", sendo fruto de um investimento que rondou os 17 milhões de euros desde 2019 até este ano.
"Nós vamos apresentar, no dia 14 [terça-feira] a versão de estrada, mas duas versões foram desenhadas e vão entrar em produção: a versão de estrada, limitada a 60 unidades, e a versão de competição, que em princípio não terá limite, porque as equipas podem sofrer acidentes e ter que necessitar de reparar ou substituir chassis", explicou à Lusa o empresário.
A opção comercial da empresa, que conta atualmente com 14 trabalhadores, foi "atacar num mercado de nicho e fazer séries limitadas, direcionadas para um mercado específico", conjugando um custo industrial "não muito alto", por não haver produção em série, com um investimento maior na investigação.
"Adquirimos um espaço [em Perafita, Matosinhos], dotámos o espaço de todas as máquinas e equipamentos necessários, alguns dos equipamentos foram desenhados e produzidos por nós. Todo o 'tooling' [equipamentos para produção, como moldes] deste carro foi desenvolvido por nós internamente e produzido parcialmente por nós, e outras partes produzidas fora", no caso componentes como o motor, travões, jantes, pneus, eletrónica ou a matéria prima do 'tooling'.
Para "alguns componentes em metal" houve recurso a parceiros nacionais, mas o desenho, fabricação dos moldes, é totalmente nacional, fazendo com que "90% do valor acrescentado do projeto seja português", segundo o responsável.
O processo de desenvolvimento contou inclusivamente com recurso à realidade virtual: "os nossos engenheiros enfiavam uns óculos e, na sala que nós tínhamos, eles conseguiam ver se havia algum conflito" técnico, algo que "ajudou a poupar muito dinheiro no desenvolvimento do carro", partilhou.
"Como o carro foi criado de raiz, tudo teve que ser reinventado. Nós reinventámos todo o processo produtivo", com recurso a compósitos, ao invés de aço e alumúnio (como sucede na indústria automóvel), produzindo moldes "muito mais rapidamente" e podendo corrigi-los muito mais rapidamente.
O motor estará "preparado para usar combustíveis sintéticos" e também etanol, não permitido para já em Portugal.
De acordo com Ricardo Quintas, o projeto é "viável com uma produção anual de 25 carros, mais a versão de competição e peças de reposição", e, "consoante a reação do mercado", a empresa poderá ser equipada com "mais meios ou menos meios produtivos".
A empresa fez "um estudo de mercado para identificar a dimensão do mercado e as exigências desse mercado", e imediatamente após isso o carro começou a ser desenhado sob o princípio da "função definir a forma".
"Nós quando fizemos o estudo de mercado não olhámos para Portugal, olhámos para o mundo inteiro", disse à Lusa, tendo já sinalizados mercados como o europeu e os Emirados Árabes Unidos como os inicialmente mais atrativos para a venda, e, numa fase seguinte, decorrendo das homologações, "Américas, Oceania e Ásia".
Detalhes como o preço do veículo, o seu 'design' e demais características serão revelados na terça-feira.
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Retrospectiva da 2ª Temporada de 'Kiratto Pri☆Chan': Entrevista com Shinichiro Ohba (Takara Tomy Arts) e Ken Yoda (Tatsunoko Productions)
Data da Entrevista: 31/07/2020
Fonte: Animate Times
――“Kiratto Pri☆Chan" está agora em seu terceiro ano, tornando-se uma série incrivelmente duradoura.
Yoda: Em termos de episódios, parece que está caminhando para se tornar a série mais longa de “Pretty Series”.
Ohba: Isso mesmo. "PriPara" também teve três anos, mas o primeiro ano foi composto por três cours totalizando 140 episódios, então parece que estamos indo além disso.* (Nota: Idol Time PriPara foi contado como um título diferente.)
――O comprimento da série é algo que é planejado desde o início?
Ohba: Considerando que o negócio dos arcades envolve grandes investimentos, sempre planejamos a produção dos conteúdos pensando em transmiti-los por vários anos. Isso foi algo que também consideramos em "Pretty Rhythm" e "PriPara". Portanto, as reuniões começam com a discussão sobre qual seria a ambientação do mundo dos conteúdos que poderia ser mantida por vários anos.
――Vocês dois trabalham juntos desde a fase de planejamento?
Yoda: Não. Basicamente, a Takara Tomy Arts cria a estrutura geral primeiro.
Ohba: Isso. Esse trabalho é baseado em um jogo, então a desenvolvedora de software SynSophia e a Takara Tomy Arts se reúnem para pensar nas tendências para meninas e como incorporá-las à mecânica do jogo.
Depois, apresentamos essa estrutura básica ao Sr. Yoda, da Tatsunoko Productions, e a partir daí é decidido o enredo e as meninas que desempenhariam um papel ativo nele! É assim que decidimos a visão de mundo.
Yoda: Temos uma ideia aproximada do mundo, dos personagens e dos cenários e, quando os colocamos na história, acrescentamos detalhes que achamos interessantes e criamos o fluxo da história, que é a função do anime.
Ohba: Também recebemos feedback sobre o jogo, portanto, o esboço da história é decidido por meio de uma série de trocas.
――Quando veem essas configurações pela primeira vez, costuma se surpreender?
Yoda: Sempre fico surpreso quando eles explicam a configuração inicial e o projeto (risos).
Ohba: Quando expliquei isso para ele pela primeira vez, ele era um YouTuber (risos).
Yoda: Mas as coisas que foram desenvolvidas pela SynSophia e Arts são muito conceituais e baseadas em marketing. Eles têm pilares que dizem: "Esta é a tendência do momento!" Portanto, em termos de planejamento, é muito fácil de seguir.
――Certamente, estamos na era dos vídeos, então vocês estão seguindo essa tendência, certo?
Yoda: Eu realmente achei interessante fazer a transmissão por conta própria, o que traz uma originalidade que observei em outras obras. No entanto, tivemos que lidar com a restrição de incluir cenas de transmissão, então discutimos muito sobre como equilibrar isso…
Ohba: Até o ponto em que Mirai e as outras abrem um canal e começam a transmitir, discutimos com todos, incluindo os roteiristas, como tornar isso dramático dentro da história. No entanto, graças a isso, acabou sendo um trabalho com um senso de variedade.
Yoda: Sim. Não se trata apenas da parte típica de serem idols que cantam e dançam, mas também permitimos que elas fizessem de tudo durante as transmissões, o que facilitou muito a interação com os personagens convidados.
Ohba: Ir para o mar, subir as montanhas… (risos).
Yoda: Também poder mudar o local das cenas.
Ohba: Até mesmo um assunto muito simples, como fazer a personagem nadar, poderia ser o tema do episódio, então, nesse sentido, acho que o trabalho tem muita variedade.
Yoda: Elas podiam fazer tutoriais sozinhas ou colaborar com alguém e ajudar as pessoas, portanto, essa variedade foi útil na criação da animação.
――Atualmente, você pode fazer qualquer coisa com um smartphone. Acho que ele é adequado para o anime do ponto de vista dos dispositivos.
Yoda: Por que foi possível que as pessoas fizessem de tudo com um único dispositivo (risos).
Ohba: Mas, por causa disso, tivemos que criar muitos cenários para a produção (risos).
Yoda: Exatamente (risos). Em histórias escolares, se criarmos o ambiente escolar, já dá para cobrir boa parte, mas neste caso tivemos muitos convidados e diferentes cenas, então tivemos uma quantidade enorme de cenários artísticos (risos).
Ohba: Mar, montanha, estádio, ilha… Só as ilhas já tinham de 2 a 3 tipos diferentes.
――Quando se tem essa ideia, é preciso começar a pensar desde a arte (risos).
Yoda: Em termos de facilidade de produção, não quero que os personagens saiam pra muito longe. (risos)
Ohba: Mas, considerando a expansão da história, é ótimo que todos saiam. Como os personagens são muito curiosos, naturalmente vão a vários lugares e têm novas experiências. Por isso, acabamos tendo muitos cenários…
――É uma coisa difícil de fazer, mas o melhor dessa equipe é que eles fazem isso acontecer para torná-la interessante.
――A 1ª temporada terminou com sucesso e a 2ª temporada começou no ano passado, mas inicialmente vocês começam pensando nos novos personagens?
Ohba: Sim, exatamente. Desde então, já estavam surgindo coisas como idols virtuais, YouTubers virtuais (V-Tubers), então eu tinha a sensação de que em algum momento iriamos esbarrar nesse tema.
Mas não pensamos em fazer isso no primeiro ano. Se fossemos fazer, seria no segundo ano, quando teríamos um novo tema. Foi nesse processo que conseguimos criar o conceito de Virtual Pri☆Chan Idol.
Decidimos quais seriam as novas personagens do jogo, a visão de mundo e o cenário no qual elas pretendem se tornarem Jewel Idols, e levamos isso para a Tatsunoko.
――A Daia se tornou uma personagem bem dramática ao longo do segundo ano, não é?
Ohba: O diretor Hiroshi Ikehata e o compositor da série, Kazuho Hyodo, foram muito específicos em relação a Daia. Para nós, ela era uma personagem misteriosa que despertava admiração, mas foi graças à dedicação do diretor e do Hyodo-san que acrescentou "profundidade" à personagem.
Yoda: Sim. Quando recebemos o conceito de "idol virtual", discutimos inicialmente se era para ser um avatar que escondia sua própria personalidade, ou se seria uma personalidade completamente diferente, em outras palavras, uma IA. Quando decidimos transformá-la em uma personagem diferente, senti que a história estava quase completa.
Ohba: No início, elas eram a mesma coisa. Apesar de ser uma "idol virtual", na verdade era uma forma temporária da Nijinosaki Daia, interpretada pela própria Nijinosaki. Mas, ao dividi-la em duas partes e criar a personagem com o elemento de IA, que também era uma palavra-chave do momento, a história se tornou muito mais empolgante.
Yoda: No entanto, como criadora, mesmo sendo uma IA e uma personalidade separada, no fundo, também é a própria Nijinosaki. É como se fosse um amigo imaginário que ela mesma criou.
A história é sobre ela saindo de um mundo muito fechado e interagindo com todos para sair para o mundo exterior, então acho que esse conceito foi muito bem utilizado.
Além disso, o Hyodo-san escreveu a maioria das histórias principais, então acho que muitos de seus pensamentos foram incorporados à história.
――Parece que essa mensagem também foi transmitida. No final das contas, vocês conseguiram retratar o momento em que ela dá o passo para o mundo exterior.
Yoda: Não sou muito fã desse termo, mas se nos dividirmos entre personagens yin (introvertidos) e yang (extrovertidos) dentro da equipe de produção, estávamos conscientes de que éramos yin (introvertidos), e pensamos em como podemos nos libertar disso. Na história, parece que Hyodo-san confiou seus próprios sentimentos na Daia.
――Os adultos naturalmente a entenderiam, mas também é difícil transmitir isso para as crianças, não é?
Yoda: Eu sempre penso muito sobre isso. Ela tende a entrar no estilo de anime noturno de "confrontar a si mesma", mas estou sempre consciente de que devo mantê-la em uma categoria com a qual as meninas possam se identificar.
Ohba: Na série Pretty, a faixa etária alvo é bastante ampla, com crianças entre 4 e 6 anos e entre 7 e 9 anos assistindo à série.
As crianças dessa faixa etária têm uma mentalidade um pouco diferente. As crianças de 4 a 6 anos têm potencial para seu próprio futuro e podem se ver como o personagem principal, portanto, podem ver as coisas da perspectiva de Mirai-chan, mas quando chegam à faixa etária de 7 a 9 anos, começam a desenvolver suas próprias personalidades, como "eu sou esse tipo de pessoa".
Assim, dependendo da pessoa, ela pode ver (Moegi) Emo-chan como a personagem principal ou (Aoba) Rinka-chan como a personagem principal. Nesse contexto, Nijinosaki-san tem observado a Mirai-chan e as outras garotas da 1ª temporada há muito tempo.
Então, quando as crianças de 7 a 9 anos assistem à segunda temporada, elas podem pensar: "Eu posso ser a Nijinosaki-san". Então, acho que conseguimos retratar um tema muito bom para o segundo ano, que as meninas que não conseguem dar um passo à frente podem dar um passo à frente ao se envolverem com a Mirai-chan e suas amigas.
――Então, esse foi um dos motivos.
Ohba: Sim. Geralmente, quando um novo programa começa, a faixa etária diminui e mais crianças de 4 a 6 anos começam a assistir. No entanto, como planejamos continuar a série por alguns anos, ao chegar ao segundo ano, a faixa etária aumentou, a aparição de um personagem como a Nijinosaki-san foi o ajuste perfeito, fazendo com que várias peças se encaixassem perfeitamente.
Yoda: Além disso, a atuação da Riko Sasaki também foi excelente.
Ohba: Sim, de fato. A presença daquela música e atuação foi significativa. O que impressionou na audição da Sasaki não foi apenas sua habilidade vocal, mas também sua capacidade de atuar de forma sólida. Sua interpretação natural e insegura foi realmente cativante.
――As pessoas que assistem conseguem se identificar com esse personagem, não é mesmo? No final, quando ela se torna a Black Dia e adiciona "dayon" ao final de suas frases, a atuação foi muito divertida…
Ohba: Sobre o "damon" ou "dayon" no final das frases, durante as reuniões de roteiro, adultos sérios estavam todos discutindo qual seria a melhor substituição para "damon". Houve debates sobre se "dayon" seria apropriado ou não (risos). No final, voltamos à estaca zero e decidimos por "dayon".
――Quando Sasaki diz isso, é incrivelmente elegante e fofo ao mesmo tempo.
Yoda: O tom que ela usou quando se tornou a Another Dia foi pensado cuidadosamente, não é?
Ohba: No entanto, nesta série, é garantido que sempre teremos esse tipo de personagem oposto aparecendo. Mas sempre temos dificuldade com o conceito a cada vez (risos). Desta vez, o diretor sugeriu a ideia de tornar a presença do tipo Black mais elegante, com um toque de estilo "gyaru", e decidimos seguir por esse caminho.
Yoda: Exatamente. Já no momento em que recebemos o conceito para a Another Dia, o diretor expressou o desejo de explorá-lo. Ainda não sabíamos se ela se tornaria a vilã final, mas queríamos que ela tivesse essa posição…
Inicialmente, estávamos chamando-a de Black Dia, mas pensamos que ficaria confuso por causa da Kurokawa Suzu já tendo preto em seu nome, então optamos por chamá-la de Another Dia.
――Falando sobre as novas personagens, como foi com as Ring Marry?
Ohba: Originalmente, estávamos pensando em criar duas garotas completamente opostas, uma mais descolada e outra mais adorável, mas a grande ideia veio da Kanamori Maria…
Yoda: Exatamente (risos).
Ohba: No começo, estávamos pensando em seguir uma linha mais fofa e charmosa, mas sentimos que precisávamos de algo mais impactante. Então, pensamos na frase "salvar o mundo com fofura" e quando levamos isso para a roteirista, Hiroko Fukuda ampliou muito a ideia.
Yoda: O episódio 53 (“Maria-chan chegou! Comitê de Melhoria da Fofura!”), onde a Maria é introduzida na segunda temporada, foi escrito pela Fukuda-san, então realmente temos que creditá-la por isso (risos).
Ohba: O que mais se destacou na Maria foi a sua positividade. Ela não tem duas faces. Acho que é verdade que se o mundo fosse mais fofo, ele se tornaria mais pacífico.
Se você achar que as outras pessoas são fofas, não haverá conflitos. Acho que o fato dela ter sido capaz de levar isso a um nível filosófico é o que há de melhor nela. Há muitos personagens fofos por aí, mas ela se diferencia. O fato disso ter se tornado um estilo de vida é uma inovação da Maria.
Yoda: O fato de ela ter sido dublada pela Himika Akaneya também foi um fator importante, quando uma pessoa com uma voz dessas diz que algo é fofo, você realmente acredita, é muito convincente. A voz dela teve um grande impacto.
Ohba: Maria-chan era muito popular entre as meninas de 4 a 6 anos. Elas gostariam de ter uma “irmã mais velha” assim e pensariam: "se uma irmã mais velha me chamasse de fofa, então eu devo ser mesmo!".
Yoda: Personagens fofos normais agem conscientemente para parecerem fofos, mas no caso da Maria, ela é um personagem que acredita que todos no mundo são fofos, em vez de apenas ela mesma. O vetor é diferente.
Ohba: Sim, sim. Ela acha os outros fofos. Isso é o que a diferencia totalmente dos outros personagens.
――Na faixa etária de 4 a 6 anos, você acha que Suzu também era popular?
Ohba: A Suzu era popular também, mas a popularidade dela vinha mais da maneira como ela vive, sua personalidade, então, inversamente, ela era popular entre as crianças de 7 a 9 anos. Elas conseguiam se identificar um pouco com a forma como ela vivia. Era como se elas pensassem: "Eu também quero viver assim!"
Yoda: Achei que ela seria mais uma "personagem descolada e complicada", mas talvez por causa da sua interação com Maria, ela se tornou descolada, mas também fofa, o que foi muito bom.
Ohba: Além disso, foi bom ela ser mais nova.
Yoda: Acho que o diretor Ikehata também queria que ela fosse mais nova.
Ohba: E o fato da Maria ser mais alta também foi bom.
Yoda: A altura dela também é meio parecida com a da Akaneya (risos).
――Acho que as três novas personagens realmente brilharam na 2ª temporada.
Yoda: Acho que também foi bom podermos dedicar um tempo para mostrar o processo de Maria e Suzu se tornando amigas, ou seja, o processo de formação do grupo.
Ohba: Se tivéssemos nos concentrado muito na Nijinosaki Daia-chan desde o inicio, os problemas teriam sido resolvidos muito rapidamente, mas decidimos deixar isso de lado temporariamente e, enquanto isso, deixar a história fluir com calma. E então, retratamos a Daia-chan quando a história de Maria e Suzu terminou.
Yoda: Esse projeto é um anime vinculado à plataforma de jogos da Arts, então há uma restrição de que os personagens jogáveis apareçam em ordem, então temos que retratá-los uniformemente, mas aproveitamos isso e tentamos agrupar as histórias o máximo possível em cada episódio, e acho que isso funcionou bem.
Ohba: Durante a primeira parte da 2ª temporada, enviamos as Meltic Star para um país estrangeiro para treinamento (risos).
――Em "Jewel Collection", as competições foram individuais em vez de em grupo. Existe alguma razão específica para isso?
Yoda: No começo, não tínhamos decidido se seriam competições individuais ou em grupo, mas no início do segundo ano, a equipe de CG expressou o desejo de ter mais músicas solo.
É verdade que ter mais músicas solo é divertido, e quando pensamos que, no final, elas se tornariam Jewel Idols individuais e não em grupo, pareceu natural que o anime também quisesse explorar o aspecto solo.
Ohba: Quando pensei no sistema do jogo "Jewel Idol Audition" (*uma audição para se qualificar para participar da "Jewel Collection"), achei que o conceito de solo seria uma boa opção.
Cada personagem se desenvolveu individualmente, então parecia apropriado criar músicas que destacassem as personalidades individuais de cada uma. Além disso, para as personagens anteriores, ter uma segunda música solo lhes proporcionaria um senso de crescimento. Acho que isso adicionou profundidade ao projeto.
Yoda: Com músicas solo, podemos expressar claramente a personalidade e a postura de cada personagem. Em um grupo, podemos destacar a identidade do grupo como um todo, mas para Miracle☆Kiratts, que segue um estilo idol padrão, há limites para inserir individualidade nas letras. Então, pensamos que seria melhor ter músicas solo diretas, como a Emo, que é de fato uma música de torcida.
――Gostaria que cada um de vocês compartilhasse seu episódio favorito.
Ohba: O meu favorito é o episódio 56, "Declaração da Maria! Fofura Salva o Mundo!". A maneira como a Maria trata a garotinha, Yukari-chan, é muito gentil. Ela não a força a fazer nada, mas a orienta naturalmente na direção certa. A forma como ela se abaixa para falar com a criança no nível dos olhos é realmente adorável.
Há muitos episódios de convidados bons, mas esse em particular me chamou a atenção. Foi ótimo ver os gestos adoráveis da Maria, e até a Emo-chan, surpreendentemente, mostrou que é uma boa companhia (risos).
Yoda: Meu episódio favorito é o 83, "Experiências Misteriosas na Livraria Misteriosa!". É uma história em que elas se perdem em um mundo misterioso dentro de uma livraria. Originalmente, decidimos manter "Pri☆Chan" com histórias mais realistas e decidimos não incluir fantasia. No entanto, decidimos tentar algo diferente, sair da nossa zona de conforto, e foi muito divertido. Como resultado, acabou sendo uma transição suave para elementos como o mundo virtual na fase final do segundo ano e o conceito de mascotes no terceiro ano. Acho que foi um ótimo experimento.
Depois de fazer isso uma vez, parecia que tudo era permitido (risos).
Ohba: Adoro histórias que deixam você se perguntando se foi um sonho ou não. Acho que esse tipo de tom deve estar presente em animes para crianças.
Yoda: Acho que é uma história que poderia ter sido ambientada em ficção científica, e não seria surpreendente se tivesse sido.
――As músicas desse projeto estão profundamente ligadas à história. Há alguma música em particular que tenha influenciado a história?
Yoda: Acho que seria "Friend Password" da Nijinosaki-san. Desde o início, planejamos que essa música fosse cantada. Quando estávamos coletando fitas de audição, tornamos a música obrigatória.
Então, pedimos a Sasaki-san para cantar a música "gift" de “Pretty Rhythm Rainbow Live”, que é uma música muito difícil, mas ela cantou muito bem, o que foi ótimo.
Ohba: No final, a letra da música está ligada ao livro ilustrado que a Shiawase Naru escreveu (Nota: o livro ilustrado que inspirou a Nijinosaki Daia a se interessar por moda, "A Princesa do Reino das Joias"). Então, essa letra tem influência no desfecho da história, não é?
Yoda: Foi como se tivéssemos criado a história final a partir das letras da música. Isso foi algo que o Hyodo-san pensou cuidadosamente.
Ohba: Hyodo-san realmente se esforçou para criar o livro ilustrado que a Naru escreveu, conseguindo conectar isso com as letras de "Friend Password" e, consequentemente, com a música da Another Daia ("Friend Password - Another World"), e no final, tudo se uniu com a música "MEMORIES FOR FUTURE" da Mirai e Daia. Então, conectamos tudo desde "A Princesa do Reino das Joias" até o desfecho através da música!
Yoda: Sim. No episódio 89, "Uma Noite Estrelada com Todos! Uma Brilhante Joia de Natal!", na véspera de Natal, Nijinosaki Daia faz sua verdadeira estreia como Daia, e usamos a segunda parte da música.
Originalmente, não tínhamos esse plano, mas decidimos usar a segunda parte em cima da hora porque ela refletia melhor os sentimentos atuais da Daia. Isso significava que tínhamos que refazer o CG, porque a sincronização (da boca) seria diferente se usássemos a segunda parte, mas acabamos conseguindo permissão do diretor de CG, Yoshihiro Otobe-san, e decidimos usar a segunda parte. Desde então, continuamos usando a segunda parte da música.
――Depois de confessar o segredo de começar o "Jewel Audition" porque queria fazer amigos, ela cantou com letras diferentes das habituais. Isso tem um significado especial, não tem? Mas a dedicação da equipe em fazer isso é incrível.
Yoda: É mais como um poder de última hora. Se vamos fazer, vamos fazer até o fim! É esse o sentimento (risos).
Ohba: Se pensarmos em termos de eficiência, orçamento e outras considerações, provavelmente não deveríamos fazer isso (risos). Mas muitas pessoas da equipe envolvidas nessa série trabalham duro em momentos como esse.
――Eu acho que essa é a chave para o seu sucesso. Então, para finalizar, quais são suas expectativas para o futuro da 3ª temporada de Pri☆Chan?
Ohba: A terceira temporada está prestes a entrar em ação! Os membros do Ring Marry também voltarão, então espere por muita diversão com o elenco completo!
Yoda: Tivemos um pequeno intervalo, mas agora é hora de voltar à ativa! Além disso, as histórias dos novos personagens, Alice Peperoncino e Kagayaki Eve, também começarão a se desenrolar gradualmente, então, fiquem atentos para isso!
Ohba: Além disso, no outono, para comemorar o 10º aniversário de Pretty Series, uma apresentação especial ao vivo das personagens principais anteriores será transmitida, portanto, fiquem atentos a isso também.
Yoda: Acho que isso será algo que ficará na memória daqueles que nos apoiaram até agora!
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Ter completo controle sobre a sua carreira e a sua obra é um dos maiores sonhos de qualquer artista e isso é possível. Essa é a vida do artista independente.
Observando o cenário artístico brasileiro, em especial o musical, o independente surge ali por volta dos anos 1980, quando, em meio a uma crise, as gravadoras focaram os seus investimentos em quem tinha grande potencial de venda (novidade, né?), e vale lembrar que até metade dessa década o Brasil ainda estava sob o domínio da ditadura militar. Dessa forma, muitos artistas não tinham oportunidade de serem representados e tiveram que buscar a sua forma de ganhar espaço no mercado, a forma encontrada foi tomar todo o controle de sua carreira e fazer tudo por contra própria.
Trazendo para o mercado editorial, quando dizemos que um autor é independente significa que ele não tem vínculo com uma editora tradicional ou agência de autores. Todos os processos da carreira do autor estão nas mãos dele mesmo, no máximo são terceirizados (por exemplo, contratar revisores e diagramadores), mas, no geral, o autor é o responsável por tudo, inclusive ir atrás de profissionais para cuidar do livro.
É quase de lei todo autor passar por sua fase independente. Embora o mercado esteja ficando mais aberto aos autores nacionais, começando a enxergar os independentes, ainda assim o mercado é fechado. É preciso ter contato, é preciso se colocar no radar dos grandes. É quase impossível você acordar num dia e descobrir que tem um contrato para publicação após um agente esbarrar com aquele livro que está esquecido num canto da internet.
Os prós
Temos que começar de algum lugar, certo? As chances de você escrever um livro, mandar o manuscrito para uma editora (quando ela não pediu por ele) e ganhar um contrato no dia seguinte porque promete ser a próxima *insira aqui o nome de qualquer autora de renome na atualidade*, são inexistentes. Acompanho alguns editores e agentes literários pelo Twitter e eu diria que é quase um consenso: eles ODEIAM receber manuscritos de livros que não foram solicitados. É muito mais provável você ser ignorado (até entrar na listinha de chatos), do que receber um contrato.
Então tomar as rédeas da sua carreira e começar publicando em plataformas como Amazon é uma ótima forma de colocar algo no mundo e ter o que mostrar para os editores (aí sim eles estão de olho, tem muito autor indie sendo descoberto pelo sucesso na Amazon). E como comentei, aqui você tem total controle de para onde vai o livro, você não precisa dividir os lucros com terceiros, a capa vai ser exatamente aquilo que você quer. Sonho dourado de todo artista, comandar todas as etapas das suas obras.
Os contras
Ter tudo sob o seu controle, também significa o dobro (triplo, quádruplo) de trabalho. Cada etapa depende de você, se não puder contratar alguém para fazer algo, é você quem terá que fazer. É correr atrás de orçamento, avaliar as possibilidades, ficar de olho em prazo, divulgar o livro, estar em contato com os leitores. Tudo aquilo que, dentro de uma editora tradicional, seria distribuído entre os setores, aqui você será o exercício de uma pessoa só.
E por termos que cuidar de tudo sozinho, tudo vai parecer acontecer mais devagar. Nossa função não será apenas escrever, então você não vai conseguir escrever todos os romances que tem vontade de escrever em um único ano, porque depois da escrita você tem que se preocupar com todos os outros processos de finalização, ao invés de só partir para a próxima história. Você não vai lançar as coisas no ritmo que pretendia.
Ainda temos o público. Hoje as pessoas estão tendo um pouco mais de abertura e recepcionando melhor os nacionais independentes, mas a luta ainda é imensa. Temos que competir com a atenção das grandes editoras, que entregam trabalhos impecáveis, que tiveram centenas de reais de investimento e uma multidão de profissionais cuidando. Infelizmente muitas pessoas vão exigir do autor independente o mesmo nível de entrega do produto de uma editora tradicional, quando às vezes a gente mal tem o dinheiro para uma revisão.
O preconceito das pessoas ainda existe, tomando o mercado nacional independente como algo extremamente inferior e de baixa qualidade. Assim como em qualquer outro meio, é claro que existem livros que pecam no quesito qualidade, seja de entrega do produto ou da própria história, mas também existem verdadeiras joias, que foram concebidas com todo cuidado e não perdem em nada para livros de autores internacionais renomados.
Quais as perspectivas do mercado
Com os contras, parece que o mercado independente é um caminho perdido, mas não é. Volto a dizer: temos que começar de algum ponto. Ninguém fica bilionário vendendo e-book na Amazon, só o Jeff Bezos mesmo. Mas um livro que você coloque lá já é alguma coisa, é uma grana a mais que entra por menor que ela seja e, como qualquer outro artista, é o seu portfólio. Designers gráficos não expõem suas artes para mostrar que eles dominam aquilo que vendem? Você, como escritor, precisa mostrar o que sabe fazer.
E as perspectivas para o mercado são positivas. O meio independente está sendo assistido pelas editoras tradicionais, porque é aqui que estão as pessoas que vão estar publicando com eles amanhã.
Durante a Bienal de São Paulo, em julho desse ano, tivemos uma porção de lançamentos de autores independentes pela editora Qualis. Raíssa Selvaticci, que foi um sucesso com Immaculatus na Amazon, lançou Garotas (Im)perfeitas que todos os dias esgotava no stand da editora, e ainda durante a Bienal anunciou que lançaria com a Planeta dos Livros em 2023. Arquelana, de Realidade Paralela, foi outro nome que lançou pela Qualis o romance Querida Penélope, e já anunciou que no primeiro semestre de 2023 chega seu primeiro romance pela Paralela, um dos selos da Cia das Letras, responsável por livros como Daisy Jones & The Six (Taylor Jenkins Reid) e a série Off Campus da Elle Kennedy.
As editoras tradicionais estão nos vendo, e mesmo dentro do meio independente, está tendo uma abertura maior por parte dos próprios leitores (pelo amor de Deus!). Tem se perdido aos poucos o preconceito sobre o independente ser inferior, ter menos qualidade; as pessoas estão enxergando todo o potencial das histórias que não perdem em nada na qualidade em relação aos grandes autores. As nossas perspectivas para o futuro são promissoras, ser um autor independente apresenta vários desafios, mas é a fase em que você mais vai aprender sobre mercado e produção de livro, porque você tem que colocar a mão na massa e aprender a fazer, afinal não terá quem faça por você.
Então não fique com medo não, se junte a esse lado da força.
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Atividade Física e Bem-Estar
Caro leitor, é um prazer explorar o impacto da atividade física e bem-estar em nossa vida. Em um mundo onde a rotina agitada muitas vezes nos afasta dos hábitos saudáveis , é fundamental compreender como cuidar de nosso corpo e mente. O equilíbrio entre movimento, a chamada “Higiene do Sono “, e a promoção da “Qualidade de Vida ” é essencial. Mergulharemos nas práticas que podem levar a um “Corpo Saudável ” e à promoção de “Hábitos Saudáveis”. Vamos juntos explorar como uma vida ativa e saudável pode enriquecer nossa jornada rumo a um bem-estar pleno.
O que é atividade física?
A atividade física é qualquer movimento do corpo que envolve gasto de energia. Ela pode incluir desde atividades simples, como caminhar, até exercícios mais intensos, como corrida, musculação e esportes. A atividade física é essencial para manter o corpo saudável e funcionando adequadamente.
Qual a relação da atividade física e saúde mental?
A relação entre atividade física e saúde mental é profunda. A prática regular de exercícios físicos libera endorfinas, neurotransmissores que promovem sensações de bem-estar e reduzem o estresse e a ansiedade.
Além disso, a atividade física melhora a autoestima, a qualidade do sono e a cognição, proporcionando benefícios significativos para a saúde mental.
Atividade física para idosos
A atividade física é igualmente importante para pessoas mais velhas. Ela ajuda a manter a mobilidade, a força muscular e a coordenação, reduzindo o risco de quedas e melhorando a qualidade de vida. Exercícios de baixo impacto, como caminhadas, ioga e natação, são especialmente recomendados para idosos.
Atividade física para saúde
A atividade física é um dos pilares da saúde . Ela ajuda a prevenir doenças crônicas, como diabetes e doenças cardíacas, melhora a circulação sanguínea, fortalece o sistema imunológico e promove a saúde óssea.
Além disso, a atividade física contribui para o controle do peso e para a manutenção de um corpo saudável.
Atividade física e alimentação saudável
A atividade física e uma alimentação saudável são parceiros ideais para uma vida saudável. A combinação de exercícios regulares com uma dieta equilibrada ajuda a controlar o peso, melhorar a composição corporal e promover uma saúde global otimizada.
Atividade física para gestantes
A atividade física durante a gravidez traz benefícios significativos para a mãe e o bebê. Ela ajuda a manter a forma física, reduz o desconforto, melhora a circulação e contribui para uma recuperação mais rápida após o parto.
É importante que gestantes consultem um profissional de saúde antes de iniciar qualquer programa de exercícios para garantir a segurança.
A atividade física é uma ferramenta valiosa para promover a saúde, independentemente da idade ou da fase da vida. Ela desempenha um papel fundamental na melhoria da qualidade de vida, na manutenção da saúde mental e na promoção de um corpo e mente saudáveis. Incorporar a atividade física em sua rotina diária é um investimento em sua saúde a longo prazo
O post Atividade Física e Bem-Estar apareceu primeiro em Infecção Urinária: Sintomas, tratamento e como aliviar | Destaque Saúde .
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O retorno
acabei pulando um pouco a ordem dos fatos; os afetos relacionados ao meu primeiro cenário externo na residência se fizeram mais urgentes. tão urgentes que não deu tempo nem de registrar a minha volta à residência. é engraçado porque nesse lugar de escrita eu não tenho um compromisso com ninguém além de mim mesma de seguir uma linha do tempo. apesar de me dar um nervoso por não estar "certinho" aqui, achei boa essa inversão, até porque entendo que às vezes o nosso tempo subjetivo não é o mesmo do cronológico (quase nunca, na verdade).
eu voltei há três meses pra residência e precisava matutar isso um pouco pra enfim sair a escrita. sinto, inclusive, que já estou numa segunda fase dentro dessa minha volta. agora, me sinto mais confortável de falar de como foi a primeira.
dia 21 de junho foi a reunião da comissão nacional da residência multiprofissional. em torno de 12h, Andyara (representante dos residentes na comissão) me ligou e me disse com todas as letras: "eles aprovaram a sua volta!". eu mal consegui agradecer de tão incandescente que fiquei. comecei a chorar demais e a avisar pra todo mundo. por coincidência, também era o aniversário da Thamires, um grande encontro que tive nessa residência. à tarde, fui me encontrar com ela, Bia e Isabele. comemoramos o seu dia e a minha volta. na manhã seguinte, retornei numa aula da turma, três dias antes do meu aniversário. dia 27 de junho saiu a ata da reunião.
era oficial. eu voltei.
lembro até hoje direitinho como foi esse primeiro dia.
desde então, uma série de sentimentos diversos têm se feito presente. no primeiro um mês e meio, ainda me sentia numa certa readaptação e entusiasmo também, claro! consegui o que tanto queria. iniciou-se uma guerra contra o tempo, eu querendo correr para recuperar o que nunca fui minha culpa de ter perdido. continuei no cenário da custódia até a segunda semana de agosto. e aí, com essa nova virada, um novo serviço. um conhecimento desse novo (que acabou caindo de paraquedas no meu colo e nem sei se me agrada tanto assim, mas vamo lá) e um endurecimento do que antes era entusiasmo com a volta ao IPUB, o que significa a volta às enfermarias - é difícil sustentar entusiasmo por muito tempo dentro de um manicômio.
as portas se fecham abrupta e brutamente como numa cela,
as licenças, as altas, os uniformes, as camas de hospital
o pátio proibido, o carimbo do médico e a palavra final
os vínculos que duram só uma semana, da onde vem o adeus
o esforço na formação de uma rede da qual não vou fazer parte
ou a institucionalização de meses e anos se dando bem na minha frente
de mãos atadas,
atesto a produção de morte que se dá ao permanecer nesse lugar.
o que mais me movimenta é a desinstitucionalização de uma usuária que eu venho acompanhando nesse caminho. atuar na promoção de uma desins é muito mais que a retirada do hospital - é desinstitucionalizar o corpo, o afeto, a intenção. envolve um investimento intenso e contínuo. mas me dói saber que assim como foi com ela, novas institucionalizações seguem se dando, porque o Estado ainda não possui políticas públicas efetivas para dar conta de questões cruciais que envolvem a cidadania e o direito à vida digna.
a gente fala que o manicômio não é só a instituição concreta que o ergue, mas sim uma lógica.
o que a gente faz no IPUB é dia após dia tentativas de subversão à lógica manicomial dentro de um manicômio! é trabalhar num local que você acredita que não deveria mais existir.
pra seguir, eu me lembro dos vínculos, dos laços, das trocas com cada pessoa que me tocou - seja usuário, profissional, familiar... e que trabalhar sob uma lógica antimanicomial dentro de um manicômio é desafiador a todo instante, sim, não sei dizer se é possível ou não, mas acredito que esse horizonte tem que se dar em qualquer espaço e lá, deve ser elevado na sua radicalidade.
pra seguir, eu penso que infelizmente esse lugar ainda existe por conta de um projeto político que visa o sucateamento da saúde pública, somado às linhas de força que a todo tempo tensionam o campo da saúde mental e colocam em jogo a reforma psiquiátrica.
a atenção psicossocial precisa avançar,
avançar e se mostrar presente no território,
no cuidado centrado no sujeito e nas suas necessidades na vida
em vida,
é lá que eu quero estar.
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LA COLOMBIA DICE BASTA ALLE ESPLORAZIONI PETROLIFERE
Il ministro dell’Energia Colombiano, Irene Vélez, ha annunciato che il governo del suo Paese non concederà più nuovi contratti di esplorazione di gas e petrolio, come misura per avviare la transizione energetica e diventare la capitale mondiale dell’energia verde.
Secondo il ministro, la Colombia dispone di riserve sufficienti per avviare il processo di uscita dalle fonti energetiche fossili, affermando anche che non verranno consegnati neanche più contratti per lo sfruttamento del carbone nel Paese, con lo scopo di preservare l’ambiente e avanzare nella cura della vita. “Sappiamo che molto presto coloro che importano carbone non lo faranno più e dobbiamo generare rapidamente un’economia alternativa”, ha affermato il ministro Vélez. Il governo con questa decisione crea i presupposti e stanzia i fondi perché tutti i settori industriali del paese, in particolare quello minerario-energetico, avviino il passaggio immediato e rapido a fonti energetiche rinnovabili.
“Un forte investimento nel turismo e nella capacità e potenzialità che il Paese ha nella generazione di energia pulita ci porteranno, a breve termine, in una fase di transizione e a colmare i vuoti che l’economia fossile da cui dipendevamo può lasciare “, ha detto il presidente della nazione Petro. Il petrolio rappresenta circa un terzo delle esportazioni della Colombia ma i programmi di costruzioni di parchi solari e centrali idroelettriche stanno moltiplicandosi ad una velocità mai registrata prima nel Paese, anche grazie al dirottamento dei fonti dall’esplorazione petrolifera ai nuovi impianti di produzione da fonti rinnovabili.
___________________
Fonte: Presidencia de la Republica de Colombia; immagine Pixabay
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BUONE NOTIZIE CAMBIANO IL MONDO | Firma la petizione per avere più informazione positiva in giornali e telegiornali
Se trovi utile il nostro lavoro e credi nel principio del giornalismo costruttivo non-profit | sostieni Mezzopieno
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Entrevista com cineasta Fernando Furtado
Foto animada de divulgação
Continuação das perguntas do jornal impresso
Vinícius Breda:
“Conte sobre a fórmula pré-estabelecidas para essas franquias. Como é ela?”
Fernando Furtado:
“Há fórmulas pré-estabelecidas, voltando ao MCU, existe um formato característico, sempre com muita pitada de humor para fazer com que a experiência seja a mais agradável possível, sem deixar o espectador com emoções mais “genuínas”. O problema é a limitação de temas, ou melhor, de abordagens. Não temos um filme de terror ou de drama no MCU, mesmo que muitos títulos flertem com esses estilos, é necessário sempre uma piada para dar um tom mais leve e descontraído.
Essas fórmulas funcionam até certo ponto, o que essas grandes franquias apontam é uma falta de criatividade no cinema americano, eles investem pesado em sequências de filmes que deram certo e reboots, o problema é que isso vai cansando com o tempo, pois ao invés de entregar um produto produzido com mais cuidado, são lançados diversos filmes e seriados para aproveitar essa “onda”.
Na década passada com o sucesso dos filmes da Marvel saíram vários filmes baseados em HQ, na telinha a série Arrow levou ao surgimento de diversos seriados. Normalmente esse produto atinge um mesmo público, ou seja, o próprio estúdio, canal CW no caso de Arrow, era concorrente dele mesmo.
O problema não está na fórmula e sim na continuidade, uma coisa que está matando os quadrinhos americanos e agora o MCU. Veja, é necessário ser o detentor de muito conhecimento para conseguir aproveitar o que é entregue. O que quero dizer é que, quanto mais se cria dentro de uma mesma franquia, maior é a necessidade da fidelidade do consumidor. Se você parar para pensar, ainda no MCU, a primeira fase tínhamos 03 protagonistas e uns cinco filmes, era fácil acompanhar, a segunda já ocorreu um aumento significativo, mas ainda era fácil de acompanhar, na terceira fase começamos a ter mais dificuldade em acompanhar tudo. Há muitas pessoas que viram tudo nas primeiras fases, mas abriram mão por ser muito investimento, muito tempo e dinheiro são necessários para se estar em dia.”
Vinícius Breda:
“Como poderiam mudar as franquias de heróis para ter mais originalidade? Pode dar um exemplo de algum herói da Marvel de como poderiam inovar? Pode ser X-Men, que parece q querem trazer pro MCU, ou, até alguma das series e filmes que estão por vir aí após esse último do Homem Formiga estreado em 16 de fevereiro.”
Fernando Furtado:
"O grande problema não é a originalidade. Há escritores que acreditam que todas as histórias possíveis no mundo já forma escritas, o que muda é a abordagem dos personagens e um conflito que dialogue com as atuais gerações. Acredito que o que chamamos de falta de originalidade é a repetição excessiva de conteúdo. Assim, essa falta de originalidade acontece também nos quadrinhos. Usando a DC como exemplo, num período de 30 anos, ao menos 5 vezes, a editora fez reboot de suas publicações, ou seja, nem nas HQs há espaço para a criatividade ou originalidade.
Uma coisa que devemos observar é que tanto os quadrinhos como os conteúdos audiovisuais fazem parte de uma indústria e como tal devem dar lucro. A razão dos quadrinhos terem feito sucesso na década passada foi a abordagem mais respeitosa que agradou os fãs e o público não familiarizado com essas histórias. Hoje é impensável, mas a Marvel lançou filmes do Capitão América, do Thor e do Homem de Ferro por serem os únicos personagens que possuíam em seu catálogo. As marcas mais importantes e reconhecidas haviam sido vendidas para acabar com a falência que a Marvel decretou nos anos 90.
Eu acredito que já estamos vendo uma queda do interesse nas sagas baseadas em HQ, tanto o MCU, quanto a Warner, criando o DCU, estão apostando em novos lançamentos, mas com novas estratégias. Tivemos demissões em massa na Disney pois nos últimos anos eles perderam bilhões. Há um claro desgaste da marca Star Wars, que não lança nenhum filme já faz um bom tempo, a própria marca MCU parece estar começando a ficar comprometida depois do lançamento de muitos produtos bem duvidosos.
Não creio que trazer o Quarteto Fantástico ou os X-Men venha trazer muita relevância para a marca, pode gerar um burburinho, mas nada tão significativo. Ademais, devemos observar que já há um movimento em direção a novas franquias e fontes de ideias. Finalmente tivemos uma boa adaptação em live action de games, Last of Us, e não é coincidência o lançamento de tantas animações que adaptam games, geralmente de fantasia. Algo semelhante está ocorrendo com o jogo Dungeons & Dragons. Também sentiram a febre com animações, como em Vox Machina para exemplificar. Ainda veremos muito choro livre, pois os estúdios americanos estão de olho nos mangás e animes, já tivemos Cowboy Bebop, Death Note e agora teremos a adaptação de One Piece, sem dizer em Cavaleiros do Zodíaco, quem será aproxima vítima?”
“Por que eles não mudam a fórma de fazer os filmes já que anda tão cansados, até enjoativos sempre um mesmo padrão?”
Fernando Furtado:
“O problema em tentar mudar a maneira de agir é o custo que isso implica. De fato, pode ser muito proveitoso, mas no caso de um fracasso pode levar a uma perda gigantesca de credibilidade e gerar enormes prejuízos. Veja o recente caso da DC; Adão Negro mesmo sendo encabeçado por um dos maiores nomes em Hollywood, Dwayne Johnson, foi um fracasso de bilheteria, não conseguindo se pagar. O mesmo ocorreu com o novo filme do Shazam, um dos maiores prejuízos dos últimos anos. O detalhe é que esses filmes são bem melhores do que a maior parte dos filmes do MCU no mesmo período, todavia a marca está desacreditada.
É sempre mais fácil tentar apostar num cavalo vencedor. Os grandes estúdios aproveitam os livros e as revistas em quadrinhos para saberem em que lugar apostar. Essas mídias são bem mais baratas, é muito provável que venha a se tornar um sucesso numa mídia diferente. Não é fácil tentar mudar um padrão que está dando certo, é como dizemos: ‘em time que está ganhando não se deve mexer’, essa é a mentalidade do investidor, querendo sempre mais lucro e o mais rápido possível.
Por causa desse cansaço, das franquias gigantescas e sequências intermináveis, é que filmes como ‘Tudo ao mesmo tempo no mesmo lugar’ foi o mais premiado nos festivais de cinema, pois apresenta um certo frescor, com pouco dinheiro, uma equipe reduzida, apresentou conceitos interessantes, uma montagem criativa, faz uma excelente homenagem aos filmes asiáticos e com uma boa dose de humor e ação; pode até não agradar a todos os públicos, mas a perda é menor. O mesmo ocorre com as produções da A24, elas são mais baratas, mas respeitam as convenções do cinema e o público em geral. Filmes como ‘Tudo ao mesmo tempo no mesmo lugar’ ou do estúdio A24 por melhor que sejam, não geram o mesmo engajamento e nem a mesma receita. Acredito que o ciclo das adaptações de HQs está acabando. Creio que voltaremos a ver mais filmes e séries de fantasia como Senhor dos Anéis, Roda da Vida, Game of Thrones.
O grande problema que não observamos é o mercado por trás dos filmes, há o lançamento dos bonecos, das camisetas, das guloseimas de fast food, lancheiras, mochilas, cadernos entre outros produtos que fazem a renda dos filmes aumentar. Não são apenas os estúdios que esperam grandes dividendos com os filmes do MCU, há toda uma cadeia de produção que precisa ser alimentada, esse ganso dos ovos de ouro é explorado ao máximo, por isso vemos pouca coisa que sai do padrão. Há medo dos investidores em grandes mudanças.
Estamos vivendo numa sociedade sempre em busca de algo novo, repare que os trailers são sempre mais discutidos do que o filme. Há horas de conteúdo sobre um trailer, mas os reviews dos filmes geralmente são mais curtos.
Enquanto o cinema for uma indústria que gera grandes dividendos continuaremos vendo um esforço enorme desses estúdios em criar a próxima grande saga, o próximo universo compartilhado. Ao que tudo indica ficaremos presos nas intermináveis sequências, por isso a HBO faz questão de dizer que está planejando relançar, ou melhor, refilmar, a série Harry Potter, agora em seriado. Talvez ele possa ter o mesmo impacto que teve vinte e tantos anos antes. É mais fácil apostar em algo que deu certo em uma mídia, do que mudar o padrão.
Ademais não posso apenas culpar os estúdios, o próprio público é o responsável por isso, querendo sempre algo que está familiarizado, novamente uso o exemplo da DC, quando Zack Snyder assumiu a franquia dos heróis, ele deu uma cara mais diferente, mais dark, querendo se afastar ao máximo do que era entregue pelo MCU. Muitos criticaram o tom, a falta de humor e o que acho mais divertido é que o Batman mata pessoas, não aceitam isso.
O engraçado nesse caso é que no filme do Batman de 1989, ele matava e ninguém reclama, no segundo filme do Capitão América ele derruba três naves cheias de pessoas, ou seja, ele matou centenas, mas como termina com piada, isso passa despercebido. O grande público anseia por algo que ele possa ver de forma descontraída, que possa acompanhar sem dificuldade enquanto vê o seu celular. É necessário a mudança de comportamento do consumidor e não apenas da mentalidade dos grandes estúdios, esses filmes não são a causa de um problema, eles apenas mostram um padrão comportamental atual. Como diz Byung-Chul Han ‘vivemos na sociedade do cansaço, não temos tempo para pensar ou mudar’.”
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22.03.2023
eu deveria estar feliz. uma bolsa em uma faculdade privada, a melhor da cidade. eu não consegui esboçar felicidade real, eu sinto que a felicidade das outras pessoas é mais sentida que a minha. eu sempre tenho medo de que tudo seja tirado de mim, tenho medo de não ser real. sinto que não posso comemorar, porque não sou digna. tudo que eu tenho são mini pulinhos de vez em quando que lembro que realmente consegui. mas em segredo. tenho medo dessa nova fase. última vez que estive em sala foi tendo crises de pânico e nunca mais voltei. tudo que sei é estudar sozinha. é um tipo de interação diferente mas eu estou pronta para começar. eu deveria estar feliz. ontem eu ouvi de uma das pessoas que eu mais amo - sem querer - que eu não deveria ir para a faculdade, e sim ficar no quarto o dia inteiro dormindo. assim a pessoa saberia onde estou e não teria preocupações que estou aprontando algo. questionei “que algo?” e me relembraram de como meu ensino médio foi perturbado. eu tinha que ser buscada no meio das aulas, não conseguia apresentar trabalhos, me cortava no banheiro do colégio. eu fui sendo dilacerada enquanto lembrava. eu era uma adolescente, lidando com as consequências de abuso sexual. isso não devia estar em pauta. uma outra pessoa diz que não deviam me tratar como uma criança especial. eu acho que tenho um apoio, mas não o tenho. hoje, reclamações sobre meu trabalho. meus pais odeiam o que eu sei fazer, não é bom para eles. decidi uns meses atrás abrir mão e tentar fazer o que eles queriam, mas nada continua sendo bom. eles impedem que eu trabalhe em qualquer coisa, e reclamam quando trabalho, e reclamam quando não trabalho. minha mãe brigou comigo porque ontem fiz uma brincadeira perto dos amigos dela, e brigou comigo por causa de como eu cumprimentei as pessoas. “eu te eduquei” ela disse lentamente, te eduquei. quando tudo que eu fiz, foi dar boa noite em vez de estender a mão e abraçar pessoas que eu não sou próxima. não respondi. fico me questionando, eu não sou uma pessoa? não posso escolher como quero agir? estou constantemente sendo podada enquanto reclamam que eu não quero fazer nada. EU NÃO POSSO FAZER! mas eu guardo essas coisas, eu abstraio, eu continuo seguindo. dias atrás eu contei para ela - e me arrependi no mesmo momento - sobre o garoto que eu estava afim fazer algo que me magoou, no dia ela só me ouviu e hoje ela jogou dolorosamente na minha cara, e eu me senti completamente doente e inamável.
eu quero ser uma boa pessoa, Bi (é como vou te chamar agora, diário) eu quero conquistar coisas, eu quero ter sucesso na área que escolhi. mas eu não posso nem comemorar uma bolsa 100% na melhor faculdade da minha cidade. eu não posso falar com as pessoas da forma que eu quero, eu não posso trabalhar onde eu quero. eu sou mesmo uma pessoa? ou um investimento fracassado de pessoas que talvez não me amem tanto assim?
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PORQUE EU ESTOU SOLTEIRA? VEM CÁ QUE EU TE CONTO
Primeiro tira da sua cabeça essa ideia vazia de achar que estou infeliz. Depois se despeça desse discurso de que quem muito escolhe acaba sendo escolhido. Quer saber porque estou solteira? Bom… Não quero embarcar em uma viagem com alguém carregando as bagagens do passado, não quero conhecer outro mundo se ainda não consegui conhecer o meu.
Não quero machucar o coração de ninguém com as minhas incertezas, não quero falar do passado, nem lembrar dele. Não estou machucada, não estou magoada, só que de tanta coisa que acontece na vida da gente, chega uma hora que cansa entende? Não estou numa fase de sair “tentando” dar certo, quero que de certo sem ficar perdendo tempo com alguém que não perde um segundo pra me ligar e saber como estou.
Não quero investir meu tempo com alguém que não investe o seu em mim, que não se importa e que só machuca. Entende? Eu to feliz assim, pra que me decepcionar mais uma vez? E se eu quiser terminar de ver a minha lista de series? E se eu quiser viajar conhecer o mundo, aprender um novo idioma, conhecer novas pessoas, outros lugares…
Na verdade é isso que eu quero. Na verdade eu to solteira porque eu quero mais..Eu quero alguém que não me prive de viver, que divida suas dores, que me veja como abrigo e que me acolha com um abraço quando eu não estiver bem. Na verdade quero alguém que aumente minha lista de séries com suas dicas e que fique comigo em um sábado à noite, final de mês, quando a grana está curta e eu não to afim de sair. Eu quero alguém que não tenha vergonha de me assumir pros amigos e que não tenha medo de compromisso.
Não estou esperando o príncipe encantado – eu sei que é isso que você pensa- e daí se ele não abrir a porta do carro pra mim e não vir em um cavalo branco? (risos)
E daí se ele não pagar a conta do jantar sempre que sairmos e querer ver um filme em casa porque está sem dinheiro pra sair? Eu sinceramente não estou esperando por isso. Não estou esperando alguém pra pagar a conta, não estou procurando alguém pra me levar pra sair todo dia, me levar de carro pra todo lugar e que sempre me de presentes.
Não quero jóias, roupas caras, perfumes caros, jantares caros, carro luxoso. Não é isso que procuro em alguém, até porque se pra você essa é a concepção de homem perfeito ( rico) se isso é o que caracteriza um príncipe, eu definitivamente prefiro sapos.
Quero alguém que eu diga: Vamos? – vamos!
Quero mais… muito mais. Quero alguém que me inclua nos seus planos, que me irrite na mesma proporção que desperta o meu amor. Que seja inteiro, intenso não precisa ser perfeito. Quero alguém pra tomar um sorvete em um domingo a tarde e depois ver um filme pra não deixar o dia tão tedioso. Alguém que me respeite e respeite os outros. Alias respeito é algo fundamental. Pode me buscar de bicicleta eu não ligo, pode rachar a conta comigo eu não me importo. Pode escolher o filme e comprar o dogão eu vou adorar.
Eu to solteira porque relacionamento não é tentativa, não é oportunidade é investimento. Investimento de tempo. Eu to solteira porque talvez eu queira curtir essa fase sem ninguém, quero organizar a minha vida refazer meus planos. Eu to solteira porque estou bem assim, porque não quero alguém pra diminuir, quero alguém que venha para somar.
Então para com esse discurso chato de que preciso de alguém, para de me perguntar “Nossa mais você é tão bonita e ta sem ninguém?” para de querer me empurrar pra alguém, ficar passando meu telefone e querer dar uma de cupido, isso é extremamente chato, acredite. Quando eu tiver interesse eu vou atrás fique tranqüilo, pouco me importa se você acha isso inadequado para uma garota. Pode deixar que quando acontecer eu vou saber o que fazer, não precisa ficar me perguntando quando vou assumir ou trocar o status do facebook. Isso não lhe diz respeito. Eu to solteira porque sim, porque quero porque estou bem assim.
Eu to solteira porque chega uma hora que você cansa de acreditar, cansa de criar feridas e de se recompor. To solteira porque as vezes a gente precisa de um tempo só nosso e de não ter ninguém ocupando o nosso pensamento, travando o nosso tempo.
Se for pra namorar e só brigar, viver chorando, se magoando, se for pra namorar pra trair, pra sofrer, pra não ter respeito eu prefiro estar solteira. Se for pra namorar pra escrever textão no facebook mas na verdade viver uma mentira, eu prefiro estar solteira. Se for pra namorar pra ter alguém pela metade eu prefiro estar solteira. Se for pra namorar pra deixar de ser quem sou, ter que mudar meu jeito, meus gostos e não ter meus defeitos aceitos eu prefiro ficar solteira.
Eu to solteira porque mereço muito e quero muito. Estou solteira porque não quero alguém que faça do meu passado um presente e dos meus erros um açoite. Não, eu não quero qualquer coisa, qualquer pessoa, qualquer sentimento, qualquer história, qualquer frio na barriga… Eu to solteira porque não quero ninguém do meu lado pela metade, sou inteira demais pra isso. E pra finalizar, eu não estou escolhendo eu estou esperando.
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Foi aberto hoje, 6 de janeiro, o novo troço da 2ª fase do Eixo Central, que corresponde a uma “visão de mobilidade integrada da cidade“, disse Carlos Moedas São 550 metros de um troço, que no total representa um investimento de 9 milhões de euros. Além da construção da via e infraestruturas, está incluído um novo espaço verde com um total de 4500 m2 de relvados, onde serão plantadas 530 árvores e 13 mil arbustos. A conclusão do Eixo Central vai permitir, numa perspetiva futura, a ligação ao Campo Grande, unindo o Terreiro do Paço à zona norte da cidade. #eixocentral #mobilidade #Lisboa https://www.instagram.com/p/CnFDtvCoiWQ/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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